O Botafogo perdeu para o Sport por 1 a 0 no Nilton Santos e foi rebaixado para a Série B pela terceira vez na história. Incapacidade de transformar finalizações em gols e pênalti controverso marcado com interferência do VAR definiram a situação do Glorioso.
Mesmo com a volta de jogadores afastados entre os relacionados, Eduardo Barroca apostou na continuidade da equipe que se mostrou competitiva contra o Palmeiras. Por isso, apenas duas mudanças no time titular: Cavalieri com dores no tornozelo direito deu lugar a Diego Loureiro e Victor Luis voltou à lateral esquerda após ficar fora por motivo contratual. A oportunidade para os jovens da base vai ao encontro dos anseios do torcedor alvinegro que deseja ver na equipe uma identificação maior com a situação do clube. Se nesse momento há pouca expectativa quanto à permanência da equipe na elite do futebol brasileiro, de entrega e paixão o torcedor não abre mão.
O jogo começou com o Botafogo controlando a posse de bola. O Sport entrou com a proposta de marcação baixa, defendendo a própria área, mas sem pressionar a bola, o time pernambucano permitiu que o ataque alvinegro encontrasse espaço para a troca de passes. Sobretudo, quando Matheus Nascimento e Rafael Navarro se procuraram para buscar tabelas. Juntos no comando do ataque, a dupla funcionou melhor que as demais opções utilizadas no campeonato. Cesinha, na função antes exercida por Bruno Nazário, também fez bom começo de jogo.
A cada jogo Matheus mostra, além de entrega e dedicação, atributos técnicos e táticos que justificam a expectativa criada sobre ele. Em algumas situações, enquanto Navarro buscou profundidade empurrando a última linha do adversário para trás, o jovem de 16 anos explorou o espaço criado pelo distanciamento entre as linhas de marcação. Duas finalizações no primeiro tempo surgiram desse tipo de jogada.
A partir dos 20 minutos da primeira etapa, o Sport fugiu do controle alvinegro e achou espaço para contra-atacar e levar perigo. O jogo, então, ficou condicionado pela marcação do pênalti por Luiz Flávio de Oliveira. Mais uma penalidade marcada no campeonato com o auxílio do VAR baseada em uma interpretação absurda da regra vista apenas no Brasil. O gol de Maidana desarticulou o Botafogo. A urgência do resultado fez do jogo alvinegro, antes coletivo e focado no passe, agora centrado em individualidades.
Na segunda etapa, a chuva apertou e o gramado pesado dificultou a estratégia de marcação alta e forte do Botafogo. Com a bola, os laterais cumpriram bem a função de abrir a defesa adversária explorando as pontas. As três investidas de Victor Luis na linha de fundo geraram jogadas de perigo. O lateral fez bom jogo até ser substituído por Hugo. Romildo teve atuação discreta e foi substituído por Matheus Babi. A troca colocou mais gente na área, mas esvaziou o meio-campo alvinegro, sobrecarregando Cesinha.
Mesmo com uma única alternativa de jogo, o Botafogo conseguiu ser perigoso graças ao bom aproveitamento nos cruzamentos, que rondou a casa dos 50% até a metade do segundo tempo. O time ocupou o campo de ataque, movimentou a bola buscando as pontas, transformou o jogo em um ataque contra defesa, mas esbarrou sempre no momento da finalização. Em 13 das 34 rodadas, o Glorioso saiu de campo sem balançar as redes. Das 25 finalizações do time na partida, apenas seis foram na direção do gol.
No confronto entre o pior mandante e o pior visitante, os pernambucanos levaram a melhor e deixaram o Z4. O Sport não vencia uma partida fora do Recife há 124 dias até encontrar o Botafogo pelo caminho. Já o Alvinegro vai completar quatro meses sem vencer um único jogo no Nilton Santos.
Os erros e as fragilidades apresentadas jogo após jogo, levaram o clube a essa situação. A sequência do campeonato servirá de pré-temporada para um ano que se desenha complicado dentro e fora de campo. Até o final de fevereiro, restam jogos contra Grêmio, Goiás, São Paulo e Ceará.
Números do jogo:
Posse de bola – BOT 66% x 34% SPT
Passes certos – BOT 465 (86%) x 197 (70%) SPT
Cruzamentos – BOT 11/34 (32%) x 4/15 (27%) SPT
Finalizações – BOT 25 (6 no gol) x 10 (2) SPT
Finalizações dentro da área – BOT 14 x 6 SPT