Jogo feio e nova derrota. O Botafogo perdeu para o Fluminense por 2 a 0, em São Januário. O primeiro gol do tricolor, marcado por Lucca, saiu em falha de Cavalieri. De pênalti, Wellington Silva fechou o placar. Com os resultados da rodada, o Botafogo ficou a 12 pontos do Fortaleza, primeiro time fora do Z4.
Em entrevista antes do início do jogo, Eduardo Barroca afirmou já pensar no futuro do Botafogo. Pensando na formação de um time titular, o treinador deixou de lado as mudanças desmedidas para dar sequência aos seus escolhidos. Por esse motivo, Matheus Nascimento foi mantido no time titular depois de uma partida de muita entrega contra o Atlético Goianiense. Rafael Forster entrou no lugar do lesionado Pedro Raul. Cavalieri retomou a titularidade no gol após dois jogos fora.
A entrada de Forster no meio-campo deu liberdade para Caio Alexandre jogar mais próximo do ataque. Por dentro, o meia por diversas vezes esteve mais adiantado que Bruno Nazário. O camisa 10 jogou sem posição fixa, se movimentou bastante em campo, variando da ponta esquerda para o centro do campo. Todo esse esforço, contudo, mostrou-se pouco produtivo para o jogo coletivo da equipe, resultando em sérias dificuldades na criação de jogadas.
O que o avanço de Caio e a movimentação de Nazário não corrigiu foi a falta de opções de jogo pelas laterais. Mais uma vez o time falhou em ocupar o espaço nas pontas e estabelecer por ali movimentações eficazes no ataque. Assim, o Alvinegro não conseguiu trocar passes de forma consistente nem gerar desmarcações para explorar um jogo direto com bolas longas. Sem o apoio dos laterais, poucas vezes a equipe chegou ao ataque com mais de cinco jogadores.
Com um pouco mais de liberdade, Matheus Nascimento foi capaz de mostrar mais o seu potencial no ataque. Ainda tímido, conseguiu criar algumas jogadas pelo lado direito. Já a atuação de Matheus Babi mostrou porque Pedro Raul, mesmo criticado, é o titular da equipe. Babi não conseguiu ser útil no pivô nem em movimentos para abrir espaço para seus colegas. Jogou o tempo inteiro preso na defesa adversária.
Um mérito da entrada de Forster foi a solidez defensiva. Se o Botafogo não conseguiu criar jogadas ofensivas, o Fluminense também não encontrou espaços na defesa alvinegra. O tricolor é a equipe que mais marcou gols de fora da área no campeonato e a presença do volante à frente da zaga povoou a intermediária e forçou o adversário a jogar pelas laterais. Sem velocidade, os pontas foram alvos fáceis para a defesa do Glorioso.
No segundo tempo, já com Cícero em campo e Forster deslocado para a lateral, a equipe perdeu essa resistência defensiva e começou a permitir as finalizações de fora da área que incomodaram Cavalieri. O Fluminense cresceu em campo, passou a controlar o jogo e gol parecia questão de tempo. E saiu em falha de Cavalieri aos 21 minutos.
Perdendo o jogo, novamente as substituições transformaram o Botafogo em um time desorganizado que mostrou não saber o que fazer em campo. Jogadores entraram sem qualquer consciência de sua função em campo. Com dois atacantes em campo, nem alçar bolas na área o time conseguiu. Iván Angulo ainda não justificou sua contratação. Barrandeguy improvisado na lateral esquerda pouco acrescentou. Os jovens da base entraram perdidos em meio ao caos sem grandes chances de mudar o cenário.
Agora, restam seis jogos ao Botafogo. O próximo é fora de casa contra o Palmeiras. Sem qualquer sinal de reação nesta assombrosa despedida da elite do futebol brasileiro, o Glorioso apenas aguarda a confirmação do terceiro rebaixamento de sua história.
Números do jogo:
Posse de bola – BOT 52% x 48% FLU
Passes certos – BOT 354 (81%) x 334 (84%) FLU
Bolas longas – BOT 45/76 (59%) X 22/48 (46%) FLU
Cruzamentos – BOT 2/9 (22%) x 4/23 (17%) FLU
Finalizações – BOT 5 (0 no gol) x 12 (5) FLU
Chances claras – BOT 0 x 3 FLU
Faltas – BOT 20 x 20 FLU
Desarmes – BOT 20 X 27 FLU