Se o Natal é tempo de esperança, a ceia do botafoguense ganhou tempero especial neste fim de ano. Após 11 jogos sem vitória e sete derrotas seguidas, o Botafogo venceu o Coritiba por 2 a 1, fora de casa, com dois gols de Pedro Raul. Mudança de postura no segundo tempo foi a chave da virada.
Sem Victor Luis e Bruno Nazário suspensos, Eduardo Barroca escalou Forster e Kalou pelo lado esquerdo, mesma formação que não funcionou no jogo contra o São Paulo. Caio Alexandre ajudou o setor. Warley foi mantido como titular, agora aberto na direita, como principal opção de velocidade da equipe. A zaga, que há dois meses não passa sem sofrer gols no Brasileirão, voltou a contar com Marcelo Benevenuto, após cumprir suspensão.
O Botafogo começou buscando o jogo, subindo a marcação no campo de ataque. Com a bola, Warley e Kalou tentaram a todo momento aproximação com Pedro Raul por dentro. Essa movimentação abriu espaços nas pontas que foram explorados pelos laterais Kevin e Forster, que, apesar de ser zagueiro de origem, não se conteve no apoio.
O Alvinegro era melhor e controlava as ações na partida, mas não deixou de apresentar problemas crônicos na criação de jogadas. Honda e Caio Alexandre recuam para qualificar o passe na saída de bola. Dessa forma, faltou capacidade criativa no campo de ataque. Outra dificuldade da equipe é a de concluir as chances criadas em gol. Oitavo time em finalizações por jogo e 17º em gols marcados, o Botafogo é um dos times que mais precisam de finalizações para marcar um gol. Em todo o primeiro tempo, foram 12 chutes e apenas um em direção ao gol do goleiro Wilson.
A partir da metade da primeira etapa, o Coritiba começou a encontrar espaço nas costas da defesa alvinegra, aproveitando passes diretos e a velocidade de Rafinha e Neilton. A equipe paranaense chegou ao gol aos 26 minutos, aproveitando a ausência do volante José Welison. Enquanto era atendido fora do campo, a marcação não se organizou e apenas observou Neilton receber de cara para o gol. O gol abateu os jogadores botafoguenses e permitiu que o Coritiba jogasse com mais tranquilidade, buscando sempre as movimentações de Giovanni Augusto na organização das jogadas.
No segundo tempo, logo nos primeiros minutos, Barroca colocou Lecaros e Babi nos lugares de Warley e José Welison. Honda sentiu lesão muscular e deu lugar ao Cícero. Com as alterações, o Botafogo teve a posse de bola, mas mostrou sérias dificuldades em finalizar em gol. Os dois atacantes altos foram pouco acionados, tanto no pivô quanto em cruzamentos.
Coube ao Cícero, tão criticado pelo pouco comprometimento com clube, aplicar a injeção de ânimo que mudou o jogo já na metade final da segunda etapa. Dos pés dele saiu o cruzamento que resvalou na cabeça de Pedro Raul e venceu o goleiro. O gol trouxe o Botafogo de volta ao jogo, devolvendo a confiança aos jogadores. O momento coincidiu também com a saída de Giovanni Augusto e Neilton, principais jogadores do Coritiba no jogo. A partir do empate, a pressão do Alvinegro foi muito forte. Rhuan perdeu gol incrível, em boa jogada de Babi. Mas a virada veio com Pedro Raul em cobrança de pênalti, após toque de mão observado pelo árbitro de vídeo.
As alterações do Barroca mudaram o jogo, mas a principal mudança foi a de postura depois do gol de empate. O Coritiba ainda teve a chance de empatar o jogo em um pênalti muito discutível, mas Sabino bateu para fora. Vitória fundamental para o Alvinegro seguir sonhando com a permanência na primeira divisão. O time ainda precisa de seis ou sete vitórias nos últimos 12 jogos para seguir lutando pela permanência.
O Botafogo volta ao Rio para enfrentar o Corinthians no próximo domingo, 27, no Nilton Santos. O time paulista, que enfrenta o Goiás na segunda-feira, está invicto e sem sofrer gols há quatro jogos. Será a última partida do Glorioso em 2020.
Números do jogo:
Posse de bola – BOT 55% x 45% CTB
Passes – BOT 404 (88% certos) x 342 (80%) CTB
Finalizações – BOT 18 (3 no gol) x 10 (4) CTB
Chances claras – BOT 1 x 3 CTB
Desarmes – BOT 9 x 23 CTB