Carlos Augusto Montenegro estava certo sobre a faxina no elenco do Botafogo. As frases em um áudio divulgado sem a permissão do mesmo, ainda durante o Campeonato Brasileiro, causou uma revolta muito grande pelos riscos que isso poderia gerar ao Glorioso, então na luta contra o rebaixamento. Que motivação teria o plantel para lutar se todos os jogadores não estariam no clube em 2020? Logicamente que houve um exagero e o fato ganhou grandes proporções negativas, como quase tudo o que envolve o Botafogo na grande mídia. Só que terminado o Brasileirão, é nítido que Montenegro apenas antecipou o que todo mundo sabia.
Cícero e Diego Souza, por exemplo, são capitães em uma barca que não vai deixar a menor saudade. Jamais conseguiram transmitir em campo o empenho esperado pela torcida. Infelizmente não deram certo, assim como vários que os acompanharão na barca. Gilson, Arnaldo, Alan Santos, Pachu e Amilcar são jogadores que não têm mais espaço do Botafogo que todos esperam encontrar na próxima temporada.
Cautela de Montenegro é também aceitável
Apesar de organizar a barca, Montenegro tem sido cauteloso em relação a 2020. Fala em redução salarial, optou pela permanência de Alberto Valentim até o fim do Campeonato Carioca e não faz alarde sobre reforços. Enquanto outros dirigentes do clube falam em fortunas de investidores, Montenegro sabe que não pode contar com o ovo antes do mesmo deixar a galinha. É visível o esforço para o projeto do clube empresa dê frutos o mais rapidamente possível, mas não será em um estalar de dedos.
A transição precisa ser feita com equilíbrio. O Botafogo tem tudo para recuperar em pouco tempo seu espaço de protagonista no futebol brasileiro. Mas isso virá graças a inteligência em perceber oportunidades e não meter os pés pelas mãos. Que venham dias melhores em General Severiano!