Pouco depois da água ser cortada no Niltão recebo de alguns amigos, torcedores de outros clubes, mensagens no WhatsApp em tom de provocação. Nelas, links de alguns veículos ridicularizando a situação financeira do Botafogo. Mesmo com 26 pontos conquistados, mais perto do G-6 do que da zona de rebaixamento, vejo nos noticiários que a luta do Glorioso é somente contra a degola. Na quarta-feira, ao ler o que Paulo Cézar Caju escreveu sobre a imprensa, me encorajei a comentar algo que vinha engasgado na garganta: boa parte da mídia vive um orgasmo coletivo com o momento do Flamengo e com a crise financeira dos demais clubes.
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Reconheço que a situação financeira do Botafogo muito se deve à incompetência de gestões caóticas, incluindo a do atual presidente. Mas será que esta mídia também está disposta a assumir a sua responsabilidade? Será que temos um sistema de cotas de TV justo? Será que a divisão de receitas contribui para este abismo e torna o futebol cada vez mais decidido na conta bancária?
Orgasmo coletivo da mídia torna frases imbecis em verdades absolutas
Não vou nem entrar no mérito da questão envolvendo o incêndio no Ninho do Urubu, pois é um tema muito delicado. Mas confesso que gostaria de ver a nossa grande mídia mais atuante neste sentido, defendendo o lado mais frágil.
Não há espaço para cobranças. Esta mídia vive seu orgasmo coletivo, capaz de transformar imbecilidades em verdades absolutas. Jorge Jesus virou o dono da verdade quando pega um microfone. Nossos jornalistas acham bonitinho ele dizer que os técnicos brasileiros estão todos ultrapassados. Meu Deus. Quem é este cidadão para falar isso? Só deu certo em Portugal e mesmo assim ainda andou pagando alguns micos por lá. Em termos de torneios continentais, Champions League por exemplo, nada pode falar. Tanto que teve que se refugiar no mundo árabe pois não tinha mercado nos grandes centros da Europa. Português bom e que pode abrir a boca com autoridade é José Mourinho meus caros colegas jornalistas brasileiros. Este sim ganhou de gigantes europeus e não apenas do Rio Ave ou do Tondela.
Quando falo em orgasmo coletivo da mídia logicamente não coloco todos no mesmo barco. O equilíbrio existe nas palavras de muitos colegas, como André Rizek, que sempre lembra a falta de entusiasmo de parte da mídia com o Botafogo. Mas ultimamente está complicado ver alguns programas esportivos. Que o bom senso volte a imperar!
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