C.E Sangenetto
Caros alvinegros,
Tem certos assuntos que ficam complicados para escrever, um misto de desânimo e até preguiça, admito. Novamente a violência nos estádios está em pauta, o que sempre nos deixa assustados e sem entender o que motiva tanta maldade gratuita em horas de lazer. Mas o que me chamou mais atenção depois da morte do torcedor botafoguense, foi a falta de sensibilidade de várias partes após o episódio lamentável.
A provocação barata e insensível do Flamengo
Galera, sei que é difícil, mas sem deixar a emoção tomar conta. Não houve incitação/apologia à violência no polêmico tweet do Flamengo. O “Cadê você, cadê você?”, que é um velho conhecido das arquibancadas, apenas casou com o “Não adianta fugir, não adianta correr”, que foi postado devido à possbilidade do jogo não acontecer. O jogo deveria acontecer? Não, claro que não, não tinha policiamento, segurança. Mas na minha opinião tudo não passou de flamenguice, provocação barata, repetida e batida. No entanto, faltou tato, foi de grande infelicidade e, felizmente, reconhecido.
A extrema infelicidade de Antonio Tabet
Sobre ser infeliz, impossível não falar desse cara. Como qualquer pessoa pode ser capaz de dizer tais palavras, ainda mais ocupando o cargo que ocupa no Flamengo, depois do ocorrido? A postagem em sua página no Twitter foi depois das 23h, possivelmente consciente. Quer dizer então que a morte de um alvinegro é menos importante e relevante que a vitória no clássico? Éramos todos ontem, Tabet, só que agora somos menos alguns – um deles morreu e outros não voltarão aos estádios tão cedo. E não, não podemos nos acostumar com isso. Bola fora, isolou feio. Péssimo.
Expresso 100% irresponsável
Falando em costume, infelicidade parecida foi me deparar com essa capa do Expresso, jornal carioca e popular do Grupo Globo. Nenhuma linha destacava o ocorrido nos arredores do Engenhão. Não deve ser relevante, é comum, não é mesmo? Um desserviço à população, companheiro editor. Sei que o mercado do jornalismo não está nada fácil, é preciso vender jornal, mas desse jeito é muito feio.
Fogão não pode incendiar situação e deve buscar diálogo
Tudo isso acima, assim como o futebol, mexe com as emoções dos torcedores. A diretoria alvinegra precisa ser fria nessas horas e não tomar decisões radicais, como impedir de vez o Flamengo de pisar no Nilton Santos ou qualquer outra medida do tipo. À primeira vista, pode parecer confortável para os botafoguenses, mas sejamos racionais: isso é solução para alguma coisa no futebol carioca?
Carlos Eduardo Pereira alimenta uma rivalidade sadia com o Flamengo, esse é um dos tons de sua gestão, mas tem hora que é necessário o diálogo. O Botafogo, precisa se agigantar nessas horas e conversar com os rubro-negros, não apenas com eles, mas todos os clubes cariocas e manter uma boa relação quando o assunto é segurança do torcedor. Fechar portões apenas alimenta a raiva nas ruas. O cenário político mundial nos mostra isso todos os dias. Vidas estão em jogo e muita bola vai rolar ainda em 2017. Muita calma nessa hora.
Qual é a opinião de vocês? Vamos dialogar.
Saudações alvinegras!