Análise: Botafogo marca um gol cedo, controla jogo, mas cai nos pênaltis para o Athletico-PR na Copa do Brasil

Análise: Botafogo marca um gol cedo, controla jogo, mas cai nos pênaltis para o Athletico-PR na Copa do Brasil
Reprodução/Botafogo TV

A torcida alvinegra incendiou o Nilton Santos, o Botafogo venceu, mas a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil não veio. O Glorioso bateu o Athletico-PR por 1 a 0 no tempo normal (3 a 3 no agregado) e perdeu por 4 a 2 na disputa de pênaltis. Dentro de casa, o time imprimiu o ritmo forte característico e voltou a alcançar a vantagem no placar nos primeiro minutos. Apesar do jogo controlado, cedendo poucas chances ao adversário, faltou ser mais agudo para transformar pressão e controle em chances reais de gol.

Luís Castro contou com o retorno de Tiquinho Soares no comando do ataque e fez poucas mudanças no time que venceu o América no último domingo. Além da volta do centroavante, Victor Sá entrou no lugar de Luis Henrique na ponta esquerda. Com os dois extremos vivendo um bom momento individual, o treinador tem aproveitado para tirar o melhor de cada um com o revezamento que mantém ambos em boa forma física.

Análise Botafogo x Athletico-PR

Como tem se tornado um comum nos jogos no Nilton Santos, o Botafogo acelerou o ritmo da partida desde os primeiros minutos. O Glorioso não oferece tempo para o adversário sentir o gramado e habituar-se com a velocidade da bola. Dessa forma, o time arma uma blitz para cima dos rivais e tem conseguido marcar gols cedo, o que possibilita o maior controle da situação. Assim, o Alvinegro conseguiu vitórias recentes sobre São Paulo, César Vallejo, Atlético Mineiro, Corinthians e América, sempre balançando as redes durante uma pressão inicial e saindo na frente no placar.

E o mesmo aconteceu nesta quarta-feira no confronto decisivo com o Athletico Paranaense. O Botafogo tomou conta do jogo e se impôs sobre o adversário desde o início do jogo, no embalo da festa que a torcida fez nas arquibancadas. O Furacão até ameaçou aos seis minutos após um erro de Cuesta que forçou o zagueiro a cometer falta dura em Vitor Roque para evitar uma finalização perigosa. Mas aos 16, a pressão alvinegra deu fruto. O Glorioso que havia finalizado uma única vez com Eduardo, chegou ao gol chute cruzado de Tiquinho após mais uma boa jogada individual de Júnior Santos. Na sequência de uma cobrança de escanteio, o ponta ficou pelo lado esquerdo do campo, recebeu lançamento de Lucas Perri, teve ótimo controle da bola no domínio em velocidade, cortou para dentro e passou para Tiquinho finalizar.

O gol empatou a disputa no placar agregado e deu tranquilidade para o Botafogo seguir o plano de jogo. O time diminuiu naturalmente o ritmo insano imposto desde os primeiros minutos, mas manteve a posse de bola e o controle das ações. Durante a maior parte da primeira etapa, o Glorioso teve mais de 70% da posse (terminou o primeiro tempo com 65%) e conseguiu envolver o sistema defensivo dos paranaenses com as movimentações de Tiquinho e as infiltrações de Eduardo, Júnior Santos e Victor Sá. Faltou encontrar caminhos para finalizar mais vezes ao gol defendido por Bento – foram apenas três chutes nos 45 minutos iniciais.

O Botafogo sofreu um duro golpe com a lesão de Marçal aos 40 minutos. O lateral fez um bom jogo, especialmente na fase de defesa, com três ações defensivas e 100% de disputas de bola vencidas. O jovem Hugo entrou na lateral-esquerda. E se o lado esquerdo era seguro, pela direita Di Placido teve mais dificuldades no duelo argentino com Tomás Cuello. O lateral-direito cometeu um erro na leitura de tempo de bola e por duas vezes correu riscos ao acertar o rosto do adversário. O Athletico melhorou e equilibrou o jogo na reta final do primeiro tempo, quando igualou o número de finalizações do Glorioso antes do intervalo.

O segundo tempo seguiu a dinâmica do final do primeiro. O Botafogo sondando brechas para poder acelerar o jogo em transição, enquanto o Furacão buscou um jogo de passes mais curtos e inversões para explorar o um contra um com os laterais alvinegros. Nesse duelo de estilos, o Glorioso conseguiu ser mais incisivo e chegou com perigo duas vezes, mas pecou na finalização. Aos dez minutos, Júnior Santos recebeu lindo passe de letra de Tiquinho e finalizou em cima do goleiro. Sete minutos depois, foi a vez de Victor Sá ter uma boa oportunidade de finalização que terminou em defesa de Bento no meio do gol.

Castro fez a segunda alteração aos 19, colocando Luis Henrique no lugar de Victor Sá. Victor Sá fez um bom jogo, ganhou cinco das seis disputas de bola pelo chão em que esteve envolvido e acertou os dois dribles que tentou. A escolha do treinador foi por ter sangue novo e a possibilidade de ter Luis Henrique mais agudo para explorar as costas de Madson.

A primeira chegada do Athletico na área alvinegra no segundo tempo aconteceu apenas aos 25 minutos e não gerou mais que um chute bloqueado de Canobbio. Em um jogo muito picotado por faltas (41 no total), o Botafogo também não foi capaz de manter um ritmo ofensivo para criar ocasiões de gol. A luta de Tiquinho contra a defesa e as arrancadas de Junior Santos foram as armas mais usadas pela equipe para chegar na área adversária. Com duas finalizações defendidas e uma bloqueada, Júnior foi o alvinegro que mais chutou a gol.

Com o passar do tempo e a perspectiva da disputa por pênaltis, o jogo foi ganhando em nervosismo e os erros se acumularam. Sentindo também o cansaço bater, o Botafogo errou passes simples e domínios. A última chance de gol do Botafogo foi uma cabeçada de Júnior Santos defendida por Bento. Já no final do jogo, Eduardo sentiu uma lesão e foi substituído por Lucas Fernandes.

Com os times preocupados em não correr riscos nos últimos minutos, a classificação foi definida nos pênaltis. O botafoguense chegou com confiança para a disputa pelo excelente aproveitamento de Lucas Perri na defesa de penalidades. Contudo, Tiquinho e Tchê Tchê perderam as duas primeiras cobranças do Glorioso e o time ficou atrás na disputa. Marlos Freitas e Lucas Fernandes converteram suas batidas, mas o Athletico venceu com um desempenho perfeito nos quatro pênaltis cobrados.

Análise Botafogo x Athletico-PR

Botafogo e Athletico Paranaense voltam a se enfrentar no próximo sábado (31), às 18:30h, em Curitiba. Já considerando os 90 minutos do jogo desta quarta, o Furacão perdeu seus últimos quatro jogos, incluindo uma derrota em casa para o Grêmio.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 62% x 38% CAP
Passes certos – BOT 366 (81%) x 201 (71%) CAP
Finalizações – BOT 9 (3 no gol) x 5 (0) CAP
Finalizações dentro da área – BOT 8 x 3 CAP
Grandes chances criadas – BOT 0 x 0 CAP
Desarmes – BOT 12 x 8 CAP
Interceptações – BOT 9 x 9 CAP
Cortes – BOT 7 x 19 CAP
Cruzamentos – BOT 5/22 (23%) x 0/10 (0%) CAP
Bolas longas – BOT 35/65 (54%) x 25/73 (34%) CAP
Dribles – BOT 6/9 (67%) x 3/10 (30%) CAP
Disputas de bola vencidas – BOT 55 x 42 CAP
Disputas aéreas vencidas – BOT 14 x 13 CAP
Faltas – BOT 18 x 23 CAP
Cartões amarelos – BOT 2 x 3 CAP

Fonte: Redação FogãoNET

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