Análise: Botafogo sobrevive a primeiro tempo ruim e substituições de Luís Castro resolvem vitória contra o Cuiabá

Análise: Botafogo sobrevive a primeiro tempo ruim e substituições de Luís Castro resolvem vitória contra o Cuiabá
Reprodução/SporTV

Uma das qualidades de um time vencedor é vencer mesmo quando não faz um grande jogo. Foi assim que o Botafogo bateu o Cuiabá por 1 a 0 na Arena Pantanal e ampliou a vantagem na liderança do Brasileirão. As mudanças de Luís Castro no intervalo foram fundamentais para corrigir os problemas apresentados no primeiro tempo. O paraguaio Matías Segovia foi o rosto da reação alvinegra na segunda etapa.

Depois do recesso durante a Data FIFA, o Botafogo voltou a campo com um reforço importante. Danilo Barbosa recuperou-se de lesão na coxa direita e voltou ao time titular, atuando ao lado de Tchê Tchê e Marlon Freitas. Sem contar com Eduardo, suspenso, Castro escalou o trio inédito na formação de meio-campo da equipe, buscando o equilíbrio entre a sustentação defensiva e o apoio aos atacantes. Para não mudar a estrutura de jogo do time, Tchê Tchê foi o escolhido para ter mais liberdade ofensiva para se aproximar de Tiquinho.

Análise Cuiabá x Botafogo

O Botafogo começou o jogo tentando executar uma pressão alta para recuperar a bola no campo de ataque. No 4-4-2 em que a equipe se organiza sem a bola, Tchê Tchê ficou ao lado de Tiquinho no primeiro combate, enquanto os jogadores na segunda linha de quatro mantiveram-se atentos para saltar a pressão e sufocar a saída de bola. Depois de um começo com a marcação bem encaixada, o Glorioso passou a ter dificuldade na transição defensiva, especialmente pelas beiradas do campo, onde Wellington Silva e Jonathan Cafú foram muito procurados e conseguiram levar vantagem sobre os laterais alvinegros. O Cuiabá cresceu no jogo, passou a controlar a posse e conseguir finalizações perigosas.

Com a bola, o Botafogo não conseguiu ditar o ritmo do jogo e estabelecer o seu jogo de troca de passes rápidos em progressão. Faltaram aproximação e movimentações para criar espaço na defesa adversária, o que travou o ataque alvinegro que pouco produziu no primeiro tempo. Sem criatividade para encontrar caminhos na troca de passes, o time forçou lançamentos para tentar acionar os pontas em velocidade, mas também não teve sucesso. Cuesta arriscou sete lançamentos no primeiro tempo e acertou apenas dois. A atuação discreta de Júnior Santos e Victor Sá também não ajudou a dar fluidez ao ataque. Além da noite ruim do ponto de vista técnico, Júnior atravessa uma crise de confiança que provoca erros básicos e danosos ao time.

O placar de finalizações no primeiro tempo foi 12 a 1 para o Cuiabá. Lucas Perri fez quatro defesas e uma intervenção decisiva fora da área para evitar um gol de Fernando Sobral. O Glorioso teve 53% da posse de bola, trocou mais passes e com melhor aproveitamento, mas não conseguiu progredir no campo para ser perigoso no último terço. O melhor exemplo da inoperância ofensiva alvinegra foi o desempenho apagado de Tiquinho Soares. Artilheiro e referência técnica do time, o centroavante procurou os espaços vazios no campo para receber, mas tocou apenas 15 vezes na bola – o jogador alvinegro menos participativo -, sempre longe da área.

Análise Cuiabá x Botafogo

Luís Castro não gostou do time no primeiro tempo e voltou do intervalo com três mudanças. Entraram Gustavo Sauer, Matías Segovia e Luis Henrique nos lugares de Danilo Barbosa, Júnior Santos e Victor Sá. Troca total nas beiradas do campo e a entrada de um jogador mais ofensivo para a função de criação. Sauer entrou posicionado por dentro, oferecendo apoio a Segovia e tentando chegar na área para fazer companhia a Tiquinho. De imediato, o Botafogo mostrou mais força nas transições, com mais jogadores capazes de conduzir a bola em velocidade. As substituições deram outra cara ao time que passou a gerar boas tabelas e trocas de passe com velocidade já no campo de ataque.

Aos 12 minutos do segundo tempo, Sauer recuperou a posse de bola, Segovia recebeu aberto na direita, conduziu com a perna esquerda e lançou Luis Henrique que atacou bem a profundidade e foi derrubado pelo goleiro. Jogada com a participação direta e decisiva dos três jogadores que vieram do banco. Na cobrança do pênalti, Tiquinho espantou o fantasma das últimas cobranças desperdiçadas e, com personalidade, deslocou Walter para abrir o placar. Nono gol do centroavante no Brasileirão, o 20º na temporada.

O bom desempenho do paraguaio Matías Segovia cria novas dúvidas para Castro na formação da equipe. Se a fisicalidade do jogo de Júnior Santos foi importante para o time no momento em que nenhuma outra peça do elenco se firmava na ponta direita, agora, ‘Segovinha’ mostra que pode acrescentar mais técnica, visão e leitura de jogo no setor. É provável que o jovem ponta ganhe sua primeira oportunidade como titular em breve para provar que pode entregar suas melhores qualidades com regularidade.

Com a vantagem, o Botafogo soube controlar e deixar o jogo morno. Com a marcação compactada e as laterais menos expostas, o Glorioso cedeu menos finalizações dentro da área no segundo tempo. O Cuiabá insistiu em cruzamentos e chutes de longa distância que pouco ameaçaram o gol de Perri. A saída de Adryelson por lesão, aos 23 minutos, foi o ponto de tensão na etapa final.

Análise Cuiabá x Botafogo

O Botafogo enfrenta o vice-líder Palmeiras no próximo domingo (25), às 16h, no Allianz Parque. Cinco pontos atrás do Alvinegro, os paulistas perderam a invencibilidade no Brasileirão na 11ª rodada ao serem batidos pelo Bahia por 1 a 0. Como mandante, o Alviverde registra quatro vitórias e um empate, enquanto o Glorioso tem três vitórias e duas derrotas fora de casa.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – CUI 53% x 47% BOT
Passes certos – CUI 408 (84%) x 376 (84%) BOT
Finalizações – CUI 23 (5 no gol) x 5 (3) BOT
Gols esperados (xG) – CUI 1.12 x 1.24 BOT
Finalizações dentro da área – CUI 10 x 2 BOT
Grandes chances criadas – CUI 0 x 2 BOT
Grandes chances perdidas – CUI 0 x 1 BOT
Desarmes – CUI 22 x 6 BOT
Interceptações – CUI 7 x 5 BOT
Cortes – CUI 17 x 27 BOT
Cruzamentos – CUI 5/26 (19%) x 2/11 (18%) BOT
Bolas longas – CUI 21/38 (55%) x 24/56 (43%) BOT
Disputas de bola vencidas – CUI 56 x 39 BOT
Disputas aéreas vencidas – CUI 13 x 7 BOT
Faltas – CUI 11 x 13 BOT
Cartões amarelos – CUI 2 x 2 BOT

Fonte: Redação FogãoNET

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