Análise: Botafogo troca apenas 39 passes no segundo tempo, mas segura a pressão para vencer o Vasco

Lucio Flavio e elenco em Vasco x Botafogo | Campeonato Carioca 2022
Reprodução/Cariocão TV

Na transição entre a saída de Enderson Moreira e o próximo treinador que vai comandar o projeto alvinegro em 2022, o futebol ficou em segundo plano diante das notícias sobre a reformulação do clube. Mas uma vitória em clássico é sempre uma vitória. O Botafogo foi até São Luís enfrentar o Vasco e sofreu para garantir os três pontos. A equipe voltou a apresentar muitos erros de passe e graves dificuldades na articulação de jogadas, mas suportou a pressão do adversário com boa partida de Gatito.

Nesse cenário, o auxiliar Lúcio Flávio assumiu mais uma vez o comando da equipe como interino. Com pouco tempo de trabalho com os jogadores, o técnico procurou não inventar e manteve a estrutura tática vitoriosa da temporada anterior, desenhada em 4-2-3-1, e também não promoveu muitas alterações entre os titulares. As substituições foram as entradas de Breno no lugar de Fabinho, formando pela primeira vez a dupla de volantes com Barreto, e de Raí na vaga de Matheus Nascimento, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.

Análise Vasco x Botafogo

Com a bola rolando, o Botafogo foi bastante incisivo nos minutos iniciais. Chegou com perigo em um escanteio cobrado por Daniel Borges e que Luiz Fernando finalizou por cima. Para criar mais jogadas de gol, faltou melhor execução técnica e tomada de decisões, especialmente por parte de Luiz Fernando, que foi muito exigido pelo lado direito e não conseguiu produzir com consistência. Raí evitou avançar demais como um segundo atacante, mas acabou pouco envolvido por um time que trocou poucos passes no chão.

Principal assistente do time na temporada, Daniel teve liberdade para subir ao campo de ataque. Nos tiros de meta, Barreto recuou para fazer a saída com os zagueiros para que o lateral pudesse avançar. Essa medida reforçou o lado direito do ataque alvinegro, mas diminuiu a capacidade de passe da linha de três. E se o time pouco construía com passes curtos, tampouco os lançamentos foram uma arma efetiva do Botafogo. A maior parte das conexões buscando Erison e Diego Gonçalves terminaram com a defesa adversária. Foram 23 tentativas de lançamento na primeira etapa e apenas cinco acertos.

O Botafogo ficou um longo período sem atacar e viu o Vasco crescer explorando os espaços na sua transição defensiva ruim, forçando o jogo com Gabriel Pec atacando Daniel Borges. O Cruzmaltino terminou o primeiro tempo com mais finalizações (nove, todas para fora), mas foi incapaz de levar perigo ao gol defendido por Gatito. Aos 34 minutos, em uma boa escapada de Raí e Diego Gonçalves, o atacante encarou a marcação e cruzou para Erison finalizar. Depois de demorada intervenção do VAR, a posição do centroavante foi analisada e o gol confirmado. Primeiro gol de Erison com a camisa do Glorioso.

Análise Vasco x Botafogo

A exemplo do jogo da última quinta-feira, o Botafogo foi para o intervalo com menos posse de bola (42%), aproveitamento pior na troca de passes (87% x 95%), menos desarmes (4 x 6) e com a vantagem no placar, apesar dos números ruins. O desafio era não repetir o segundo tempo do jogo contra o Fluminense para terminar com a vitória. O caminho era melhorar a pressão defensiva e a proteção na entrada da área, onde o Vasco encontrou muito espaço e não foi capaz de aproveitar, além de aumentar o índice de acerto nos passes para poder assumir uma postura reativa e conseguir contra-atacar com recorrência.

Nada disso aconteceu. O Vasco voltou melhor e, mesmo ainda ineficaz nas finalizações, passou a rondar a área alvinegra com perigo. Até a parada técnica, o Botafogo teve 29% da posse de bola e trocou 23 passes certos em 21 minutos de segunda etapa. Desarmou uma única vez um adversário que ocupou o campo de ataque com 71% da posse. Por sorte, faltou qualidade ao Vasco para que o destino do jogo fosse diferente do último clássico.

No tempo técnico, Lúcio Flávio tentou corrigir os problemas da equipe. De uma vez só, entraram Jonathan, Fabinho e Juninho nos lugares de Hugo, Raí e Luiz Fernando. Fabinho formou uma trinca de com Barreto e Breno para reforçar o sistema defensivo. O volante também entrou com gás para funcionar como opção de escape pelo lado direito. Juninho conseguiu melhorar a transição ofensiva com boas leituras de espaço e passes mais criteriosos.

Aos 27, João Victor substituiu Erison e foi uma alternativa interessante de contra-ataque. As mudanças melhoraram coletivamente a equipe e reduziram o ímpeto ofensivo do adversário. Boas jogadas de Juninho e João Victor deixaram o Botafogo próximo do segundo gol. Aos 40 minutos, Lucas Mezenga entrou na vaga de Breno, formando uma linha de cinco na defesa. O Vasco voltou a incomodar na base do abafa, com cruzamentos e chutes de Nenê que obrigaram Gatito a trabalhar. No final, o Glorioso trocou apenas 39 passes certos no segundo tempo, errou 14, mas conseguiu segurar a vitória. O clube chegou aos 13 pontos e ocupa a terceira posição no campeonato.

Análise Vasco x Botafogo

Na próxima quinta-feira (17), às 18h, o Botafogo volta ao Nilton Santos para enfrentar o Resende, pela sétima rodada do Cariocão.

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – BOT 38% x 62% VAS
Passes certos – BOT 136 (83%) x 388 (95%) VAS
Finalizações – BOT 8 (1 no gol) x 22 (4) VAS
Assistências para finalização – BOT 5 x 17 VAS
Desarmes – BOT 7 x 14 VAS
Interceptações – BOT 1 x 1 VAS
Cruzamentos – BOT 4/16 (25%) x 8/39 (21%) VAS
Lançamentos – BOT 11/40 (28%) x 23/48 (48%) VAS
Viradas de jogo – BOT 4 x 1 VAS
Dribles – BOT 6/7 (86%) x 8/10 (80%) VAS
Perdas de posse de bola – BOT 23 x 23 VAS
Faltas – BOT 13 x 10 VAS

Fonte: Redação FogãoNET

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