Já sem chances de classificação para as finais do Cariocão, o Botafogo recebeu o lanterna Macaé no Nilton Santos e venceu por 4 a 0. Os gols foram marcados por Pedro Castro, Rickson, Sousa e Matheus Nascimento. Depois de um primeiro tempo desinteressado, o Glorioso foi eficiente na segunda etapa e conquistou a vitória importante para a confiança do grupo.
A grande novidade na escalação alvinegra foi o retorno do volante Pedro Castro, fora desde o empate com o Bangu. Antes da lesão, o jogador surgia como pilar do meio-campo de Marcelo Chamusca no começo promissor do trabalho do treinador. Com poucas opções no setor, Rickson ganhou mais uma chance de mostrar serviço e provar que pode ser útil no elenco durante a temporada. O zagueiro canhoto Sousa jogou na vaga de Gilvan, mantendo o experiente Joel Carli no banco.
Depois de uma tão sonhada semana cheia para treinamentos, Chamusca não promoveu mudanças sistemáticas e seguiu buscando dar entrosamento para o time que acredita ser o ideal. O 4-2-3-1 com pontas construtores que buscam o centro do campo é a formação que o treinador enxerga para o elenco. Para funcionar, no entanto, a ocupação de espaços ainda precisa ser trabalhada para explorar de forma mais eficiente as laterais e as jogadas de linha de fundo.
Enfrentando um adversário muito fragilizado, o Glorioso se impôs desde o começo do jogo chegando com perigo no gol do Macaé. Mas uma troca de passes lenta e pouco objetiva aliada a pouca movimentação e aproximação entre os jogadores aos poucos minou a pressão do ataque alvinegro. O escolhido da vez para a função de meia armador, Pedro Castro mostrou qualidade e potencial para distribuir passes decisivos rompendo as linhas da defesa adversária. Falta ao volante de ofício, no entanto, melhor capacidade de armar jogadas quando recebe de costas para a marcação. A rotatividade na posição de meia centralizado, seja exercendo função de armação seja atuando como um segundo atacante, expõe a deficiência na montagem do elenco. Além de Pedro Castro, Ricardinho, Felipe Ferreira, Marco Antônio e Marcinho já atuaram sem destaque na posição.
Sem a bola, o Botafogo voltou a apresentar uma marcação passiva que pouco pressiona o jogador que tem a bola e não consegue cortar linhas de passe. Dessa forma, mesmo desorganizado e sem qualquer padronização nas movimentações ofensivas, o Macaé conseguiu equilibrar a posse de bola e trocar passes no campo de ataque. Contudo, a última linha de defesa alvinegra e o goleiro Douglas Borges pouco foram ameaçados.
Sem velocidade e com a marcação frouxa, o primeiro tempo foi um jogo sonolento de um Botafogo com posse de bola estéril e repleto de erros provocados pelo excesso de individualidades. Para corrigir, Chamusca trocou Ricardinho por Marcinho e recuou Pedro Castro para sua posição de origem. Vindo de trás e encarando a defesa adversária de frente, a visão de jogo e a capacidade de passe do volante são amplificadas.
Outro recurso de Pedro Castro que se sobressai na intermediária de ataque é o chute de longa distância. Assim, logo no início da segunda etapa, o Glorioso abriu o placar. Grande jogada de Paulo Victor atacando a linha de fundo e golaço do camisa 33. Aos 18 minutos, nova ultrapassagem de PV pelo lado esquerdo e gol de Rickson. Pouco exigido na fase defensiva, Rickson teve boa atuação com passes seguros na base das jogadas ofensivas. Houve tempo ainda para os gols de Sousa e de Matheus Nascimento, o primeiro do jovem atacante como profissional.
As participações fundamentais do lateral esquerdo alvinegro nos lances dos gols mostraram boa leitura do treinador que pedia mais participação do jogador no ataque desde a parada técnica no primeiro tempo. Durante o segundo tempo, Chamusca também pediu insistentemente para que o time forçasse o jogo direto em transição, abrindo mão de um jogo mais apoiado de passes curtos e valorização da posse. Sem deixar de levar em consideração a fragilidade do adversário, a mudança de postura e estratégia na etapa final mostrou um time eficiente e competitivo.
Com a vitória, o Botafogo terminou a Taça Guanabara em sétimo lugar e se classificou para enfrentar o Nova Iguaçu nas semifinais da Taça Rio. Sem importância esportiva e mero prêmio de consolação, o restante do campeonato deve servir para Marcelo Chamusca continuar lapidando o trabalho a fim de ajustar o jogo coletivo do Alvinegro.
Números do jogo:
Posse de bola – BOT 57% x 43% MAC
Passes certos – BOT 502 (94% acerto) x 294 (91%) MAC
Bolas longas – BOT 15/25 (60%) X 14/34 (41%) MAC
Cruzamentos – BOT 5/30 (20%) x 2/10 (20%) MAC
Finalizações – BOT 20 (10 no gol) x 10 (2) MAC
Desarmes – BOT 11 X 14 MAC
Faltas cometidas – BOT 14 X 6 MAC