Análise: Bruno Lage muda para recuperar força nas beiradas do campo e Botafogo atropela Inter no segundo tempo

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Análise: Bruno Lage muda para recuperar força nas beiradas do campo e Botafogo atropela Inter no segundo tempo
Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo fechou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro com a incrível marca de 47 pontos. O Alvinegro bateu o Internacional por 3 a 1 de virada e manteve o aproveitamento de 100% como mandante. Depois de um primeiro tempo muito disputado, o Glorioso impôs um ritmo avassalador que fez o adversário sucumbir na etapa final. As entradas de Luis Henrique e Janderson e o reposicionamento de Bruno Lage no intervalo foram fundamentais para a equipe recuperar a força pelas laterais do campo.

A principal dúvida na escalação inicial de Lage era sobre o substituto de Tiquinho Soares no comando do ataque. O treinador português optou por adiantar Eduardo na função do centroavante, alternativa para manter a mesma circulação e trato com a bola que o artilheiro entrega ao time. No meio-campo, Lucas Fernandes voltou a ganhar uma oportunidade como meia de criação, apesar das recentes atuações apagadas. Hugo substituiu Marçal, suspenso, na lateral-esquerda.

Depois de dois jogos como opção no banco, Gustavo Sauer ganhou nova chance como titular no lado direito do ataque. Na última atuação do meia pelo Brasileirão, marcou dois gols e deu uma assistência na vitória sobre o Coritiba. A opção por Sauer no lugar de Júnior Santos foi outro indicativo do desejo de Lage em mandar a campo uma equipe com bastante mobilidade, capaz de executar as aproximações e gerar os apoios para um jogo com passes rápidos e verticais.

Primeiro tempo

O Internacional começou o jogo com muita posse de bola, ditando o ritmo do jogo e causando problemas à saída de bola alvinegra. Ainda assim, mesmo sem conseguir impor a velocidade e a pressão habitual dos primeiros minutos no Nilton Santos, foi o Botafogo quem criou a primeira chegada perigosa. Em uma cobrança de lateral aos 4 minutos, Eduardo foi muito bem no pivô e de primeira colocou Lucas Fernandes na cara do gol. Lucas fez bem o papel de “Eduardo” invadindo a área e atacando a profundidade, mas finalizou em cima de Rochet.

Aos poucos, o Glorioso conseguiu encaixar a pressão na marcação e entrar na disputa pela bola. Nos primeiros 15 minutos, o time finalizou três vezes, todas com Lucas Fernandes, sempre circulando nos arredores da área adversária. Com a pressão alta, a equipe recuperou bolas no campo de ataque, mas também cedeu espaço para o Inter na transição defensiva. Quando Sauer atua partindo da direita para a faixa central, Di Placido fica responsável pelo corredor direito e precisa ser mais agressivo no ataque. Os gaúchos exploraram bem o espaço às costas do lateral e conseguiram bons contra-ataques.

O jogo era bem disputado quando o Colorado abriu o placar aos 17 minutos. Adryelson saltou da linha de defesa para tentar uma antecipação e foi batido pela tabela de Maurício e Wanderson. O meia conduziu e bateu forte da entrada da área na direção de Lucas Perri. Naquela que seria mais uma defesa simples para o goleiro, Perri acabou traído pelo excesso de confiança e “bateu roupa”, deixando o rebote limpo para Maurício marcar. Pela primeira vez em dez jogos como mandante no campeonato, o Botafogo saiu em desvantagem no placar.

O gol deixou o Inter confortável para segurar seus laterais e manter uma postura defensiva mais sólida, negando espaços e procurando contra-atacar em velocidade. O Botafogo foi para cima, passou a ter mais posse de bola e terminou o primeiro tempo com oito finalizações (seis delas pararam no goleiro Rochet). Eduardo teve a melhor oportunidade defendida pelo uruguaio, no rebote de um chute forte de Tchê Tchê. O volante foi o jogador de meio-campo que melhor conseguiu verticalizar o jogo, conseguindo duas boas finalizações de fora da área.

O Botafogo cresceu na reta final da etapa inicial e conseguiu se impor na base da vontade. Em um dia ruim de Gustavo Sauer e Victor Sá, o time não foi capaz de estabelecer seu jogo forte pelas beiradas do campo. Lucas Fernandes foi o jogador que mais finalizou no primeiro tempo, tentou se aproximar de Eduardo no ataque, mas faltam características de um segundo atacante na hora de encontrar o melhor posicionamento para atacar a última linha da defesa adversária.

Segundo tempo

Bruno Lage voltou do intervalo com Luis Henrique e Janderson nos lugares de Gustavo Sauer e Lucas Fernandes. O time se organizou com Victor Sá do lado direito a fim de abrir o jogo e explorar as jogadas de linha de fundo. Janderson entrou para ser a referência na área e causar mais incômodo ao miolo de zaga do adversário. A entrada do centroavante também foi a maneira de aproveitar o melhor de Eduardo, jogando de frente para o gol, acelerando o jogo e distribuindo passes que rompem as linhas de marcação.

O Botafogo começou o segundo tempo amassando o Inter. Nos primeiros 12 minutos, 82% de uma posse de bola sufocante dentro do campo de ataque. E o time precisou apenas desses 12 minutos para virar o jogo e deixar a torcida em estado de êxtase nas arquibancadas. No primeiro gol, Janderson emulou perfeitamente Tiquinho ao receber de costas, girar e encontrar o passe entre os marcadores para Luis Henrique em profundidade. Luis cruzou rasteiro para trás e encontrou Victor Sá invadindo a área para tocar de primeira para o gol.

A imposição tática e física alvinegra era tão grande que, aliada à atmosfera do Nilton Santos, a virada parecia óbvia. Apenas três minutos após o empate, de novo pelo lado esquerdo, foi a vez de Hugo fazer boa jogada de linha de fundo e cruzar para Janderson disputar com o zagueiro. Após um toque de Nicolás Hernández, a bola entrou lentamente sem reação do goleiro. O ritmo do jogo diminuiu depois dessa pressão inicial. Coudet formou uma linha de cinco defensores para marcar o jogo alvinegro pelas beiradas do campo.

O Botafogo, com o controle absoluto do jogo, seguiu atacando e conseguindo finalizações. Victor Sá teve boa chance aos 19. Mas foi aos 27 minutos que a equipe chegou ao terceiro gol em um contra-ataque de manual. Jogada que começou com Victor Sá e Di Placido no lado direito, teve movimentação importante de Janderson atraindo a marcação e passou pelo pé de Eduardo que ajeitou na medida para Luis Henrique finalizar com categoria na saída de Rochet.

O Botafogo terá uma semana de descanso e voltará a campo no próximo sábado (19), às 16h, contra o São Paulo no Morumbi. O Tricolor Paulista não vence há três jogos no Brasileirão e enfrenta o Flamengo neste domingo no Maracanã.

Números do jogo: (Sofascore)

Posse de bola – BOT 51% x 49% INT
Passes certos – BOT 400 (83%) x 387 (80%) INT
Finalizações – BOT 18 (10 no gol) x 10 (4) INT
Gols esperados (xG) – BOT 2.07 x 1.39 INT
Finalizações dentro da área – BOT 12 x 7 INT
Grandes chances de gol – BOT 5 x 2 INT
Grandes chances perdidas – BOT 4 x 1 INT
Defesas do goleiro – BOT 3 x 8 INT
Cruzamentos – BOT 9/25 (36%) x 3/14 (21%) INT
Bolas longas – BOT 36/61 (59%) x 22/50 (44%) INT
Desarmes – BOT 15 x 15 INT
Interceptações – BOT 15 x 5 INT
Cortes – BOT 15 x 30 INT
Disputas de bola vencidas – BOT 50 x 49 INT
Disputas aéreas vencidas – BOT 13 x 14 INT
Dribles – BOT 12/21 (57%) x 5/16 (31%) INT
Faltas – BOT 10 x 15 INT
Cartões amarelos – BOT 3 x 3 INT

Fonte: Redação FogãoNET

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