O Botafogo alcançou a melhor campanha da história dos pontos corridos. O time bateu o Red Bull Bragantino por 2 a 0 e chegou aos 39 pontos, com um aproveitamento de 86%. Em um jogo muito disputado e de imposição dos sistemas defensivos, o Glorioso aproveitou os deslizes do adversário e marcou os gols da 13ª vitória da equipe no Brasileirão. Ao terminar mais uma partida sem sofrer gols (a sexta consecutiva), o Alvinegro alcançou dez jogos sem ter a meta violada em 15 rodadas.
Enquanto o clube ainda aguarda a regularização do visto de trabalho de Bruno Lage, Cláudio Caçapa seguiu no comando da equipe na beira do campo. Depois de rodar o grupo na vitória sobre o Patronato pela Copa Sul-Americana, o treinador interino escalou força máxima para manter os 100% de aproveitamento como mandante no Brasileirão. Na lateral-esquerda, Marçal começou o segundo jogo consecutivo após recuperar-se da lesão no joelho direito. Na ponta-direita, o Caçapa seguiu optando pela imposição física de Júnior Santos, guardando Matías Segovia para o segundo tempo.
Em campanha de recuperação no campeonato, o Bragantino chegou ao Nilton Santos com a oitava melhor campanha como visitante, registrando uma vitória, quatro empates e uma derrota. Com seis empates em 14 jogos, Depois de um começo claudicante, com uma única vitória nas primeiras seis rodadas do Brasileirão, o português Pedro Caixinha organizou sua defesa e os paulistas chegaram ao confronto com o Glorioso em sequência invicta de cinco jogos, sem sofrer gols nas últimas quatro partidas.
Primeiro tempo
A boa organização e o caráter coletivo do jogo do time paulista ficaram evidentes já nos primeiros minutos. O Botafogo subiu a marcação como de costume, mas o adversário conseguiu construir a partir de seus zagueiros. E foi dos visitantes a primeira chegada perigosa da partida, com Bruninho levando a melhor sobre Di Placido em jogada individual. Sem implantar a blitz habitual dos minutos iniciais, o Glorioso logo se adaptou e passou a atacar em transição, explorando os contra-ataques oferecidos pelo adversário. Tiquinho Soares teve a primeira chance aos cinco minutos, Júnior Santos desperdiçou bom ataque aos sete e Luis Henrique chegou perto de abrir o placar em finalização de fora da área aos nove minutos.
Depois das boas chegadas alvinegras, o Red Bull voltou a buscar o controle do ritmo do jogo a partir da valorização da posse de bola, que atingiu os 64% aos 15 minutos. Uma estratégia do adversário se repetiu: acumular jogadores no setor da bola, trocar passes curtos e procurar o lançamento para o setor menos ocupado do campo. Os visitantes tentaram 47 passes longos e acertaram 27 na etapa inicial. A dupla Bruninho e Vitinho foi o alvo preferencial dos lançamentos e incomodou o sistema defensivo do Botafogo no um contra um. No entanto, o Bragantino não conseguiu exercer uma pressão contínua no campo de ataque e pisou pouco na área.
Com alguns jogadores importantes cometendo erros atípicos, como Tchê Tchê e Tiquinho, o Glorioso respondeu com a verticalidade do lado direito. Di Placido apareceu bem e poderia ter sido mais explorado, oferecendo profundidade e uma boa seleção de jogadas de linha de fundo. Já Júnior Santos participou muito do jogo, mas construiu pouco, repetindo suas exibições menos inspiradas. Ainda assim, foi Júnior quem criou a chance mais perigosa do time no primeiro tempo, arrastando a marcação na marra pela direita aos 26 minutos. Eduardo aproveitou o corte ruim da zaga, finalizou forte e acertou o travessão.
O jogo foi intenso e equilibrado na primeira etapa. Disputado a cada palmo de chão, os dois sistemas defensivos se impuseram e cederam poucas chances claras de gol. O aproveitamento alvinegro de apenas 70% nos passes (muito abaixo da média de 81,7%) foi reflexo desse jogo pegado, com poucos espaços. O Botafogo finalizou sete vezes nos 45 minutos iniciais, mas acertou o gol uma única vez.
Segundo tempo
Matí Segovia substituiu Júnior Santos no começo do segundo tempo. Alternativa de um jogo apoiado com mais envolvimento entre os jogadores no lado direito. Assim como na primeira etapa, o Bragantino assustou logo no primeiro minuto, agora com Vitinho parando em Lucas Perri. Mas foi o Glorioso quem abriu o placar na sequência, aproveitando um erro do adversário. Cuesta lançou, Nathan cortou mal, Cleiton saiu atabalhoado e a bola sobrou para Tchê Tchê, que foi esperto para reagir rapidamente ao erro. O volante tocou para trás e Eduardo não desperdiçou. Quarto gol do meia no Brasileirão.
O gol anotado aos dois minutos deixou o jogo mais confortável para o Glorioso. O time baixou o bloco defensivo para o próprio campo, obrigando o adversário a romper as linhas bem definidas para chegar à área. O contra-ataque também ficou cada vez mais exposto para o Botafogo. Sempre descendo pela direita, a equipe chegou ao segundo gol aos 14 minutos. Transição rápida e em poucos passes a bola saiu de Lucas Perri até Segovinha. O paraguaio arriscou um passe entre os zagueiros, Nathan mais uma vez cortou mal e Di Placido apareceu na área para bater cruzado. Um prêmio justo ao lateral que fez sua melhor atuação pelo Alvinegro.
Danilo Barbosa e Carlos Alberto substituíram Tchê Tchê e Luis Henrique. Depois de acumular alguns erros na saída de bola no primeiro tempo, Tchê Tchê virou a chave e foi fundamental nos dois gols. O Bragantino ocupou o campo de ataque, finalizou 12 vezes no segundo tempo, mas teve muita dificuldade em criar chances agudas de gol. Quando chegou, parou em Perri.
O Botafogo decide a classificação para as oitavas de final da Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira contra o Patronato no Nilton Santos às 19h. Depois da ótima vitória alvinegra por 2 a 0 no jogo de ida e diante da fragilidade do adversário, o Glorioso deve voltar a poupar alguns de seus principais jogadores a fim de testar outras peças do elenco.