O Botafogo venceu o Bangu por 2 a 0 e chegou à liderança do Carioca. Depois de uma semana cheia de treinamentos, o treinador Luís Castro escalou o time principal para enfrentar o Alvirrubro da Zona Oeste. Contudo, um jogador que saiu do banco no segundo tempo foi fundamental na vitória: Lucas Piazon participou do primeiro gol e marcou o segundo do Glorioso no jogo. Coletivamente, a boa marcação alta e a forte pressão na bola foram os destaques da equipe que registrou seu recorde de desarmes (19) na temporada.
Castro mudou duas peças em relação ao time que goleou o Boavista no último domingo. Saíram Marlon Freitas e Lucas Piazon para as entradas de Patrick de Paula e Gustavo Sauer. Enquanto o Botafogo ainda não tem um titular absoluto no lado direito de ataque, o treinador testa suas opções conforme a exigência do adversário: quando precisou de poder de recomposição, como no clássico contra o Fluminense, Piazon foi o escolhido; quando espera vencer a batalha pela posse e precisa de um jogador mais próximo do ataque com maior capacidade de finalização, Sauer aparecia como a melhor opção. Contudo, o camisa dez ainda sofre com a falta de regularidade e não consegue engatar uma sequência de boas atuações. O momento atual é de Lucas Piazon, que joga o seu melhor futebol com a camisa alvinegra.
E a batalha pela posse de bola foi um ponto chave do jogo. O Bangu começou a rodada com a quarta média de passes certos por jogo (316), à frente do Botafogo (311). Ambos os times chegaram para o encontro com a média de 50% de posse de bola no campeonato. A dinâmica do Glorioso para incomodar a troca de passes e a construção do jogo adversário foi a já conhecida marcação alta com muita pressão na bola. Antes da parada técnica, já eram sete desarmes alvinegros – foram 11 em todo o primeiro tempo -, a maioria no campo ofensivo. Além disso, o time era mais perigoso com a bola, registrando seis finalizações contra nenhuma do Alvirrubro nos primeiros 20 minutos, número acima da média de finalizações certas (4,2 por jogo) da equipe no Carioca..
E foram boas chances criadas pelo Glorioso. Primeiro, com Adryelson acertando a trave após cobrança de falta de Marçal aos seis minutos. Aos 18, foi a vez de Victor Sá recuperar a bola no campo de ataque e bater cruzado, obrigando o goleiro Paulo Henrique a fazer ótima defesa. Após a parada técnica, o adversário melhorou a saída de bola e ofereceu menos oportunidades ao Botafogo. Na metade inicial do primeiro tempo, o Bangu teve mais posse de bola, mas não conseguiu controlar a velocidade do jogo. Na sequência, conseguiu encontrar linhas de passe mais claras na saída de bola e ajustar o encaixe defensivo, o que diminuiu o ritmo alto imposto pelo Alvinegro.
A chuva virou um personagem importante do jogo a partir dos 30 minutos de jogo. O gramado molhado e pesado exigiu mais fisicamente dos jogadores para a manutenção da pressão na marcação. Quando não conseguiu recuperar a bola no ataque, o Botafogo usou bem os lançamentos na construção ofensiva, registrando sete lançamentos certos em 15 tentativas, com destaque para Victor Cuesta nesse fundamento. No meio-campo, Patrick de Paula e Gabriel Pires tiveram dificuldades e não repetiram as boas atuações recentes. Suspenso para o próximo jogo, Patrick foi substituído por Marlon Freitas no intervalo.
O Botafogo teve menos posse de bola (44%) no primeiro tempo, mas foi muito mais presente no campo de ataque. O time foi para o intervalo com dez finalizações (cinco na direção do gol), enquanto o adversário não fez Lucas Perri trabalhar. E, logo no início da segunda etapa, seguiu criando perigo em finalização de Marlon Freitas. Sauer também teve boas oportunidades e pecou pela falta de capricho na conclusão das jogadas. No jogo em que o time mais finalizou na direção do gol no campeonato, foi a ansiedade na hora da finalização impediu que o Botafogo abrisse o placar com mais tranquilidade.
Castro seguiu mexendo na equipe. Trocou Marçal por Hugo, para poupar e evitar um cartão amarelo que suspenderia o lateral para o clássico com o Vasco. Depois, saiu Gustavo Sauer para a entrada de Lucas Piazon. As mudanças mantiveram o gás do time e o Glorioso seguiu melhor em campo, empurrando o adversário contra a própria área e passando a ter mais a bola. O Bangu não conseguiu manter o controle da posse e continuou sem encontrar soluções para ameaçar o sistema defensivo alvinegro. Embora bem treinado, falta qualidade técnica para o Alvirrubro se tornar um time mais perigoso.
O gol alvinegro saiu aos 25 minutos da etapa final com a participação de dois jogadores que vieram do banco. Piazon cobrou escanteio, Marlon desviou na primeira trave e Tiquinho concluiu de cabeça no segundo poste. O Botafogo sempre esteve mais próximo do gol que o Bangu, mas só marcou na primeira finalização certa do centroavante. Com a vantagem no placar e a marcação bem encaixada, o Glorioso voltou a ceder a bola ao adversário sem sofrer defensivamente. A primeira finalização do Alvirrubro na direção do gol ocorreu apenas aos 42 minutos da etapa final.
Já nos acréscimos, Piazon coroou seu bom momento e selou a vitória alvinegra. Em jogada de contra-ataque que contou com as participações de Hugo, Tiquinho e Marlon Freitas, o meia encheu o pé para marcar o seu segundo gol com a camisa do Botafogo.
Agora, o Botafogo se prepara para o segundo clássico do campeonato. O Glorioso enfrentará o Vasco na próxima quinta-feira (16), às 20:30h, no Maracanã.
Números do jogo: (Footstats)
Posse de bola – BOT 47% x 53% BAN
Passes certos – BOT 373 (94%) x 458 (92%) BAN
Finalizações – BOT 19 (10 no gol) x 2 (1) BAN
Desarmes – BOT 19 x 9 BAN
Interceptações – BOT 5 x 1 BAN
Rebatidas – BOT 13 x 19 BAN
Cruzamentos – BOT 4/23 (17%) x 1/5 (20%) BAN
Lançamentos – BOT 17/32 (53%) x 7/29 (24%) BAN
Dribles – BOT 8/8 (100%) x 2/3 (67%) BAN
Perdas de posse de bola – BOT 22 x 28 BAN
Faltas – BOT 20 x 14 BAN
Cartões amarelos – BOT 2 x 1 BAN