Análise: vulnerável e acuado, Botafogo não consegue ser competitivo em derrota para o Flamengo

Elenco (jogadores) em Botafogo x Flamengo | Campeonato Carioca 2022
Reprodução/Cariocão TV

Não deu jogo. O Botafogo de 2022 ainda não foi capaz de ser competitivo contra o talentoso time do Flamengo. O rival venceu o clássico no Nilton Santos por 3 a 1 sem dificuldades. Apesar do domínio rubro-negro, a arbitragem voltou a ser protagonista ao negar um pênalti claro que poderia mudar a história do jogo. John Textor, que acompanhou o jogo do estádio, saiu com a dimensão da quantidade de reforços que o Glorioso precisa para disputar o Campeonato Brasileiro contra as equipes mais fortes do país.

O retorno de Chay foi o destaque do Botafogo para o clássico. Depois de atuar pouco mais de 20 minutos contra o Resende, o meia foi escalado como titular pela primeira vez na temporada. Outra mudança de Lúcio Flávio chamou atenção na escalação: Barreto, Breno e Fabinho começaram o jogo, a fim de reforçar a segunda linha de marcação e ceder menos espaços no ataque rubro-negro. Fabinho posicionou-se aberto no lado direito para também oferecer uma alternativa de escape na transição ofensiva.

Análise Botafogo x Flamengo

O Botafogo começou o jogo sofrendo bastante com a pressão alta do Flamengo. A diferença técnica, tática e física das equipes ficou evidente desde o primeiro minuto. Arrascaeta, Gabriel e Pedro atacaram a saída de três alvinegra e conseguiram limitar as opções de construção de Daniel Borges, Carli e Kanu. Sem espaços e linhas de passe abertas para sair jogando com segurança, sobraram erros em passes forçados e os chutões para a frente foram a única opção para aliviar momentaneamente a pressão. Aos nove minutos, o Flamengo não teve dificuldades para trocar passes em progressão e colocar Pedro em condições de abrir o placar. Faltou concentração para Jonathan, que não acompanhou a movimentação da linha de defesa e deu condições para o centroavante.

Mesmo recuado e acuado na defesa, o Botafogo foi extremamente vulnerável nos primeiros 20 minutos. Até a parada técnica, o Flamengo finalizou na direção do gol cinco vezes, obrigando Gatito a trabalhar bastante. A execução ruim do posicionamento defensivo em duas linhas de quatro, com as linhas frequentemente mal definidas, falhou em evitar os ataques tanto pela faixa central quanto nas jogadas pelas laterais. Especialmente, do lado esquerdo, onde Jonathan ficou exposto e apresentou muitas dificuldades defensivas. Assim, os passes por elevação de Arrascaeta entraram na defesa alvinegra como faca quente na manteiga.

Análise Botafogo x Flamengo

Na segunda metade do primeiro tempo, o Flamengo baixou as linhas e permitiu que o Botafogo conseguisse respirar com a posse de bola. Ainda assim, foi só nos acréscimos que Breno, de fora da área, conseguiu finalizar a primeira bola da equipe em direção ao gol. Chay voltou bastante para buscar o jogo, terminou a primeira etapa com 60 ações com a bola, mas produziu pouco porque não havia um coletivo funcionando ao seu redor, uma equipe dependente apenas de individualidades. Já aos 49 minutos, todo o time alvinegro foi para o ataque aproveitar uma jogada de bola parada. No contra-ataque, Gabriel ganhou de Breno e fez o segundo. Falha do volante que errou no desarme e chegou atrasado na cobertura.

Mais uma vez, o Botafogo foi prejudicado pela arbitragem e, como consequência, perdeu o foco na partida. Aos 35 minutos, após cruzamento na área, a bola bateu na mão de Pedro. Depois da não marcação da infração, a equipe perdeu a cabeça e levou três cartões amarelos nos minutos finais. A dificuldade de manter os índices de concentração em momentos de grande emoção é um problema deste grupo desde a última temporada.

O Botafogo terminou o primeiro tempo com 49% da posse de bola. No entanto, os números de interações, que mostram as trocas de passes da equipe, revelam que o foco da posse alvinegra aconteceu em trocas de passe de Daniel Borges, Carli e Gatito. Outro dado ilustra os problemas do time: de 17 lançamentos, apenas três certos. Se a construção com passes no chão não funcionou, tampouco a transição direta com passes em profundidade aconteceu.

Análise Botafogo x Flamengo

Com as limitações do elenco, o que fazer para ser, ao menos, competitivo no segundo tempo? Lúcio Flávio voltou com Kayque no lugar de Breno. O Flamengo diminuiu o ritmo, passou a trocar mais passes curtos sem explorar tanto as laterais. Por dentro, entre as linhas da defesa alvinegra, o adversário encontrou muito espaço para articular jogadas de ataque. Depois da parada técnica, Erison entrou na vaga de Luiz Fernando, formando uma dupla com Matheus Nascimento com Chay aproximando por trás.

Aos 27 minutos, com facilidade o Flamengo chegou ao terceiro gol. Em 57 segundos, o rubro-negro trocou 25 passes rodando a bola de ponta a ponta do campo, sem que a marcação alvinegra conseguisse pressionar e dificultar a troca de passes. A jogada terminou nos pés de Arrascaeta, que da entrada da área acertou o canto de Gatito. Aos 39, o Botafogo chegou ao gol na melhor participação ofensiva de Fabinho, que tentou bastante, mas esbarrou em suas limitações técnicas para produzir mais. Barreto levantou para a área, Fabinho escorou para o meio e Léo Pereira completou contra o próprio gol.

Análise Botafogo x Flamengo

No domingo de Carnaval (27), às 19h, o Glorioso vai ao Estádio Luso Brasileiro enfrentar a Portuguesa.

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – BOT 45% x 55% FLA
Passes certos – BOT 244 (88%) x 425 (92%) FLA
Finalizações – BOT 8 (3 no gol) x 19 (9) FLA
Assistências para finalização – BOT 6 x 12 FLA
Desarmes – BOT 6 x 7 FLA
Interceptações – BOT 2 x 1 FLA
Cruzamentos – BOT 4/19 (21%) x 4/22 (18%) FLA
Lançamentos – BOT 5/26 (19%) x 7/10 (70%) FLA
Viradas de jogo – BOT 1 x 2 FLA
Dribles – BOT 5/6 (83%) x 5/6 (83%) FLA
Perdas de posse de bola – BOT 17 x 12 FLA
Faltas – BOT 12 x 16 FLA

Fonte: Redação FogãoNET

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