* Há um certo misto de sentimentos com o fim de uma temporada tão gloriosa e o fim de um ciclo do Botafogo. Uma renovação em parte necessária, que deixa dúvidas para 2025, mas há motivos para ter otimismo e confiança.
* É estranho pensar que o Botafogo de 2024, que nos fez tão feliz, acabou. Naturalmente, tem uma base, uma estrutura e muitos jogadores que permanecem. Porém, as saídas fazem ter que haver uma remontagem.
* Primeiramente, há de se considerar o contexto. Jogadores como Gatito Fernández, Rafael, Adryelson, Marçal, Tchê Tchê e Eduardo fizeram a história deles, foram importantes, eram lideranças internas, mas o ciclo deles se encerrou. Talvez um ou outro pudesse ficar. Em geral, não se convém manter apenas por gratidão. Saem do Botafogo tendo ficado marcados positivamente.
* Thiago Almada e Luiz Henrique são situações bem específicas. Quando o Botafogo teria condições de contratar dois jogadores de US$ 20 milhões? Ser da Eagle Football e ter John Textor como dono possibilitou que viessem, brilhassem e fossem campeões. Era de conhecimento geral que o plano incluía ida futura para a Europa. Foi planejado e bem executado. É claro que poderiam ficar um pouco mais e que vão fazer falta, mas o combinado não sai caro.
* Artur Jorge é um caso atípico. Uma pena que tenha preferido ir no sentido inverso de suas entrevistas para topar uma ida para o oitavo colocado entre 12 times no Qatar. Esqueça projeto esportivo, falou mais alto o lado financeiro. E estaria tudo bem, não fossem as desculpas e a forma que conduziu a situação.
* John; Vitinho, Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas e Savarino; Júnior Santos, Matheus Martins e Igor Jesus. Ruim um time desses? Certamente não. Ainda tem opções como Mateo Ponte, Cuiabano, Kauê, Jeffinho e Tiquinho Soares. Obviamente, vai ser preciso se reforçar bem, tanto com jogadores com nível para ser titulares quanto com outros para composição de elenco. A base, porém, está montada.
* Cabe confiar mais uma vez em John Textor, que já deu provas de que cumpre o que promete. A folha salarial deu uma aliviada significativa e há possibilidade de entrada de recursos com negociações. E há o investimento do próprio empresário americano, que já sinalizou contratar quatro grandes nomes. É esperar e acreditar.
* No dia 1º de janeiro de 2024, o Botafogo não tinha Artur Jorge, John, Vitinho, Alexander Barboza, Alex Telles, Gregore, Savarino, Thiago Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus. O time foi se formando ao longo da temporada e conquistou Libertadores e Campeonato Brasileiro. Remontar elenco é sempre uma incógnita, por questões de encaixe, de adaptação e de estilo, e há a questão das finais da Supercopa e da Recopa Sul-Americana logo em fevereiro, mas os jogadores que ficaram, o departamento de futebol e John Textor são razões para acreditar que continuará sendo tempo de Botafogo. Feliz Ano Novo!