* Adryelson e Lucas Perri podem ser negociados pelo Botafogo com o Lyon (FRA) para 2024. Bom ou ruim? Há diversos aspectos para serem analisados. Talvez o principal é que hoje o clube é administrado por John Textor e vai agir de acordo com seus interesses. Que nesse caso acabam sendo melhores do que se fosse antes da SAF.
* Se fosse no período pré-SAF, Adryelson e Lucas Perri já teriam sido negociados por duas mariolas com um clube brasileiro para o Botafogo pagar uns dois ou três meses de salário ao elenco. Mais provável ainda que nem tivessem chegado, seja por falta de recursos para contratar ou de inteligência de mercado para encontrá-los.
* A estratégia de Textor faz sentido. Se há propostas da Europa e ele pode igualar com o Lyon, preservando a dupla no Botafogo até o fim do ano pelo sonho de títulos, por que não? Caso os dois se mantenham na Eagle Football, o Alvinegro fica com um percentual dos direitos econômicos para venda futura. E é pouco provável que voltem ao Brasil para um rival.
* Caso sejam vendidos para outro clube europeu, se não derem certo, se desvalorizam e podem acabar em um adversário do Botafogo no Brasil. Já se estiverem no Lyon, o que pode acontecer é retornarem ao Glorioso.
* Neste sentido, John Textor dá alguma segurança também aos jogadores, para não ficarem com a impressão de que podem estar perdendo a oportunidade da vida deles ao rejeitarem outras propostas. O Lyon é o respaldo.
* Por fim, o principal é que Lucas Perri e Adryelson se mantém concentrados no Botafogo e dando a vida a cada jogo. Não à toa, são dois destaques e dois dos jogadores mais regulares do time na temporada. O cenário ideal é saírem campeões e vendidos por altos valores. Que assim seja.
* Enquanto isso, a impressão que fica é que Bruno Lage está em uma espécie de laboratório no Botafogo, realizando testes. O jogo de volta com o Guaraní-PAR, pela Copa Sul-Americana, foi o que mais deixou essa sensação. O mais importante é que se classificou.
* Quando saiu a escalação, certamente muitos torcedores temeram uma eliminação, pela equipe que foi a campo. Acabou que o Botafogo controlou boa parte do jogo, correu alguns riscos, mas não tantos, e poderia até ter vencido se tivesse mais capricho. Nesse ponto, o time administrou a classificação e fez os testes que o treinador queria.
* Por exemplo: Diego Hernández pela esquerda e depois pela direita, Júnior Santos de centroavante, Lucas Fernandes como o armador, Carlos Alberto no fim no comando do ataque etc. Quando substituiu Segovinha e Tchê Tchê, a sensação é que foi para administrar a minutagem deles. Tchê Tchê jogou 45 minutos, Marlon Freitas jogou 45. Danilo Barbosa, que precisa de ritmo, atuou o tempo todo.
* E o que fica dessas observações? Um é que está difícil confiar em Philipe Sampaio, menos ainda pelo lado esquerdo. O zagueiro, que antes era mais firme, está perdendo disputas e deixando o time em situação de risco. Lucas Fernandes segue sem intensidade, sem vibrar, sem conseguir se encaixar. Júnior Santos não tem funcionado como centroavante ou ponta-esquerda, o local em que teve algumas atuações boas (outras ruins) é a ponta-direita.
* Há uma certa impressão também que o time perdeu em compactação e em solidez, além da velocidade nas transições. Mas pode ser só impressão. É preciso dar mais tempo para Bruno Lage trabalhar e encontrar as soluções para um Botafogo que chegou a 15 jogos de invencibilidade e, como bem disse Abel Ferreira, é a única equipe brasileira que não está em crise. Que assim permaneça.