Pitacos: árbitro condicionou clássico, e Botafogo caiu na pilha; moles de Adryelson e Rafael; parabéns ao time e à torcida pela resistência

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Gabriel Pires, Victor Cuesta, Lucas Perri e Joel Carli em Vasco x Botafogo | Campeonato Carioca 2023
Vítor Silva/Botafogo

* Em diversas oportunidades, quando se critica a arbitragem, a reação vem com “o time jogou mal, fulano perdeu gol, não sei quem falhou, beltrano não poderia ser expulso”. As análises, no entanto, não são excludentes. Dito isso, no clássico Vasco 2 x 0 Botafogo, o árbitro Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ) condicionou o ritmo do jogo com seus erros, e o Glorioso caiu na pilha.

* Então, primeiro vamos falar de lances de arbitragem. Que absolutamente acertou na tola expulsão de Adryelson. Já com cartão amarelo, ele escolheu errado e fez falta em chance clara de gol, sendo expulso diretamente. Poderia deixar Alex Teixeira passar que, por ser mais rápido, ainda teria tempo de se recuperar. Bobeou, possivelmente por já estar pilhado por discussão com Matías Galarza.

* Galarza este que, aliás, poderia ter sido expulso. Já com cartão amarelo, entrou forte em Tchê Tchê no meio de campo, com o pé por cima. Um árbitro mais rigoroso expulsaria. Yuri Elino Ferreira da Cruz fez vista grossa.

* O mesmo árbitro não deu cartão para Joel Carli em falta clara em Alex Teixeira na entrada da área. E não puniu Léo Pelé por agarrar a camisa de Gabriel Pires no meio-campo, interrompendo ataque. O lance pilhou ainda mais os botafoguenses, resultando em cartões amarelos para Igo Gabriel e para o auxiliar João Brandão.

* O lance capital veio quando apenas o juiz viu pênalti de Joel Carli, que se jogou e tocou na bola, antes de haver qualquer contato. Rafael, pela experiência no futebol, deveria se controlar. Mas primeiro aplaudiu ironicamente, depois afastou um adversário com o braço e este simulou uma agressão no rosto. Agarrado pela camisa, Rafael largou o braço. A imagem do lateral estilo boxeador é mais feia que o impacto, pois não acertou ninguém.

* No VAR (com dificuldade de operação, de ângulos, de replay, de zoom e de câmera lenta), é mostrada ao árbitro uma imagem de longe, por trás, no qual parece que a simulação é uma agressão. Por ela Rafael foi expulso. Mas, pelo contexto e pelo gestual, é difícil achar que o cartão foi injusto. O lateral não poderia ter se desestabilizado tão facilmente e deixado os companheiros na mão.

* Com dois a menos, o Botafogo ainda resistia. Nos raros ataques, o árbitro ainda inventava faltas. Teve uma de Gabriel Pires e, lance capital, uma de Victor Sá. Este deu carrinho apenas na bola em disputa com Léo Pelé e geraria jogada de perigo para o time alvinegro. O juizão marcou falta inexistente. Na sequência, gol do Vasco.

* O jogo já havia praticamente acabado na segunda expulsão. Acabou no gol. Ainda assim, é possível destacar a resistência e o heroísmo de quem ficou. Principalmente a torcida, que deu um show nas arquibancadas, e Lucas Perri, Victor Cuesta, Tchê Tchê e Gabriel Pires. Estes quatro foram gigantes. Além dele, Joel Carli também merece ser exaltado, pela postura.

* É difícil avaliar o Botafogo por este jogo, mas é preciso ligar sinais de alerta pelo contexto. Há um fato bastante positivo, de construção de um grupo coeso e comprometido, o que é fundamental no futebol. Mas falta algo nas partes técnica e tática na equipe de Luís Castro. Aí vai mais pela característica dos jogadores. Há muitos atletas altos e fortes, mas sem tanta velocidade. Não que sejam ruins, mas é preciso mesclar.

* Ao atuar com jogadores mais “duros”, o Botafogo perde em intensidade, velocidade, dinâmica e capacidade de improviso. Já era falado isso contra os pequenos, quando o time tinha dificuldade de furar defesas e precisava recorrer à bola parada. Em clássicos ou jogos mais difíceis, o desafio é maior, o time precisa de mais. O que passa necessariamente por reforços, sobretudo para o setor ofensivo.

* Quem assistiu a clássicos estaduais como os de São Paulo ou Cruzeiro x Atlético-MG viu duelos em altíssima intensidade e em outra rotação. Que o Botafogo ainda parece estar abaixo. Por estarmos ainda em fevereiro, é possível corrigir. Mas é preciso ter essa consciência e não se iludir em vitórias contra pequenos no Estadual.

Fonte: Redação FogãoNET

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