* Tiago Nunes parece seguir fazendo testes no Botafogo no início de 2024. Antes, em jogadores. Agora, também em esquema de jogo. Diante da Portuguesa, no empate em 1 a 1, saiu do 3-4-2-1 para um 4-1-4-1.
* O time melhorou? Talvez sim. Se considerados os primeiros 30, 35 minutos. Foi consistente, jogou no campo adversário, criou chances e fez seu gols. Depois, parou. Possivelmente por parte física de começo de temporada, mas se esperava mais da equipe.
* Como, por exemplo, ter soluções para um jogo amarrado. As alterações não melhoraram o time e causaram até estranhamento. Como Júnior Santos na ponta-esquerda e Savarino na direita (por que não o inverso?), além de Newton na lateral direita (por falta de opção).
* O técnico segue usando jogadores em posições diferentes das que estão mais habituados. Desta vez, Tchê Tchê de lateral-direito e Victor Sá na ponta-direita. São testes, mas até quando vão rolar? E precisam ser em jogo, não podem ser em treinos?
* Em 2023, no contexto de abalo emocional, Tiago Nunes usou o 4-2-3-1 em sua estreia e mudou nos jogos seguintes a formação para três defensores, que ainda não engrenou. Também foi testando jogadores nas partidas, como contra o Santos, em que colocou Di Placido e Segovinha no lado direito, contra Soteldo, e deu errado. Na última rodada, começou com Tiquinho Soares, Victor Sá e Júnior Santos no banco, algo até hoje não explicado.
* É claro que o técnico enxerga esse início como uma pré-temporada e mais claro ainda que seu elenco tem carências, sendo a lateral direita a principal delas. Mas ainda faltam mais um zagueiro, laterais, meio-campistas e centroavante. No entanto, vai ser com o grupo que tem que o Botafogo vai precisar de melhores resultados em fevereiro. O mês reserva clássicos, como contra o Flamengo já na próxima quarta, a reta final da Taça Guanabara e a “Pré-Libertadores”. Estará o Botafogo pronto? Tomara que sim.
* No gol, vai ficar a dúvida entre Gatito e John. Escolhem algum? Iríamos com o segundo. Na lateral direita, incógnita, seja de quem chega ou até mesmo de Mateo Ponte, que chegou a perder a titularidade na seleção uruguaia Pré-Olímpica. Rafael não se sabe quando volta. Na zaga, Lucas Halter parece bom e precisa ser mais testado, Alexander Barboza mostra força, mas precisa corrigir outros pontos, como o excesso de cartões e a saída de bola. Bastos teve bons momentos. Hugo evolui, mas oscila na lateral, Marçal deixa preocupação pelos problemas físicos.
* Danilo Barbosa foi consistente na defesa e no meio, Marlon Freitas deu sinal positivo contra a Portuguesa, Tchê Tchê vai bem e sofre com tantos improvisos. Eduardo segue devendo, Victor Sá é prejudicado por jogar fora de posição, Jeffinho é diferente e Tiquinho Soares ainda parece estar se reencontrando. Júnior Santos tem muito ímpeto, potência e velocidade, sobretudo no lado direito, está pedindo vaga no time.
* Dos mais jovens, Newton, Jefferson Maciel e Kauê mostraram estar em evolução, Segovinha teve alguns bons momentos, mas poucos, Diego Hernández não foi bem na única chance, Raí quase não jogou, Janderson e Matheus Nascimento ficaram devendo. Jacob Montes ficou muito abaixo do ritmo e do nível até no Carioca.
* A grande notícia é a contratação de Luiz Henrique, seja por qual período for. Espera-se que no mínimo até o fim do ano. Um ponta-direita diferente, forte, habilidoso, que chama a bola, constrói jogo e gera volume ofensivo. Foi uma novela com final feliz, assim como a de Matheuzinho. O lateral do Flamengo não mostrou interesse em vir e não vale 4 milhões de euros. Cabe ao Botafogo investir melhor esse dinheiro e encontrar um bom lateral-direito, porque fevereiro já está batendo na porta.