Pitacos: Botafogo está de ressaca desde 8/12/2024; Quando vai iniciar 2025? Vai ser com Renato Paiva mesmo?

Pitacos: Botafogo está de ressaca desde 8/12/2024; Quando vai iniciar 2025? Vai ser com Renato Paiva mesmo?
Vítor Silva/Botafogo

* Impossível esquecer os 13 dias mágicos de 26/11/2024 (Palmeiras 1 x 3 Botafogo pelo Campeonato Brasileiro), passando pelo 30/11/2024 (Atlético-MG 1 x 3 Botafogo na final da Libertadores) até 8/12/2024 (Botafogo 2 x 1 São Paulo, tricampeonato brasileiro). É um dos melhores períodos da história do clube. Contudo, parece que o mundo alvinegro parou naquele dia, enquanto o mundo real segue girando.

* O Botafogo ativou o modo ressaca e parece até hoje não ter saído dele. Perdeu a Copa Intercontinental, o treinador Artur Jorge e sua comissão técnica, os destaques Luiz Henrique e Thiago Almada, reservas importantes, o diretor de futebol Pedro Martins, o psicólogo Paulo Ribeiro, a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana, o Campeonato Carioca e até a Taça Rio (nem entrou nela).

* No meio disso tudo, teve polêmica do avião do Patriots, polêmica do atraso dos pagamentos das premiações, teve Carlos Leiria como técnico interino “destreinando” o time campeão, teve a volta de Cláudio Caçapa. Teve de tudo. Menos paz.

* E segue com o discurso de que em breve vai melhorar. Antes, quando chegasse um treinador (veio Renato Paiva), depois, era no fim de março, com o início das competições. Agora, é na próxima janela de transferências, em junho, quando há a promessa de reforços.

* Enquanto isso, o time segue anestesiado, sem conseguir resultados. A torcida continua até certo ponto compreensiva. Gostaria de estar curtindo ainda os títulos de 2024 e a sequência de uma equipe forte, mas segue dando voto de confiança a quem tanto fez no ano passado.

* O Botafogo desafiou a máxima de “em time que está ganhando não se mexe”. Promoveu uma reformulação quando poderia apostar na continuidade do trabalho. Demorou anos para ter a tal “mentalidade vencedora” para a jogar fora em meses. O normal no Brasil é que equipes campeãs ganhem títulos em anos seguintes, quase em um efeito rebote. Mas optamos por fazer diferente. Pode dar certo? Pode. Mas não será simples.

* Quem poderia segurar a barra e dar uma esperança, o técnico Renato Paiva, até agora vai mostrando o contrário. Em vez de aproveitar o que ficou de bom do Botafogo de 2024, parece querer implementar seu estilo a qualquer custo. Mesmo que custe pontos, jogos e, talvez, campeonatos.

* O Botafogo não tem mais agressividade, seja para marcar ou para atacar. Se antes tinha o perde e pressiona, agora corre para trás ou recua lentamente. Se antes atacava com cinco ou seis jogadores, hoje tem Igor Jesus completamente isolado. Não faz sentido.

* Como também não faz sentido ter Patrick de Paula como camisa 10, ter um projeto para ele, enquanto Savarino tem que ser deslocado para os lados. PK, que até evoluiu como volante, é exatamente isso, um volante, tem que brigar por essa posição. Na qual, aliás, no Criciúma era reserva de Newton, que hoje parece ter virado a última opção para Paiva.

* Por que não testar opções? OK, o elenco não é dos mais fartos atualmente. Mas por que não dar mais chance ao próprio Newton e a Jeffinho? Como explicar que Rwan Cruz, que custou R$ 50 milhões, nunca entra? Nem sequer sabemos definir as características dele. Por que há quatro centroavantes no elenco para apenas uma posição? Para quem trouxeram Mastriani? Por que Kauan Lindes tem sido a única opção de meia no banco? Como explicar Elias Manoel e Allan entrarem, sem ritmo algum, apenas em um jogo que o time está perdendo fora de casa?

* O Botafogo de 2024 tinha como mérito se adequar a situações e buscar pontos como necessário, com as armas que tinha. Para se ter ideia, no primeiro turno do Brasileirão, as alternativas no banco (ou até como titulares) eram Óscar Romero, Diego Hernández, Yarlen, Fabiano etc. Ou Tchê Tchê improvisado de ponta.

* Hoje, o Botafogo de Renato Paiva precisa no mínimo ter a humildade de reconhecer que não perder também é importante. Poderia ter se fechado atrás de um empate contra o Estudiantes, que já seria um bom resultado. Não o fez. Continua com um jogo posicional insosso, em banho-maria, de passes laterais, pouca volúpia ofensiva e certeza que vai levar pelo menos um gol. Voltou com mais uma derrota.

* Agora, não dá mais para adiar: 2025 tem que começar. Não há mais tempo à disposição, a zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro já está próxima e a definição de quem vai se classificar na fase de grupos da Libertadores também. O Botafogo vai com Renato Paiva mesmo? Parece que sim, que não se cogita a demissão. Então, o treinador tem que dar uma resposta, nem que seja revendo seus conceitos e apostando em um time mais pragmático para ter resultados, o que o clube precisa para ter paz, tempo e confiança.

Fonte: Redação FogãoNET

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