* John Textor já deu diversas entrevistas dizendo que a temporada começa no fim de março para ele. O Botafogo começou 2025 sem treinador, sem diretor de futebol, sem preparador físico, sem psicólogo, sem reposição da perda de jogadores importantes, sem tanto interesse. Foi para a Supercopa do Brasil remendado, com pouco tempo de treinar e só com um jogo disputado.
* Tudo isso indica um planejamento que não liga para o início do ano, principalmente para o Campeonato Carioca, no qual começou com time alternativo. Quando a torcida já está se acostumando e entendendo a ideia (mesmo que não concordando totalmente), o que ocorre? O técnico interino Carlos Leiria escala força máxima contra o Nova Iguaçu em Moça Bonita.
* Time titular em um gramado conhecido por ser ruim (e, incrivelmente, o Botafogo ficou surpreendido), no terceiro jogo em uma semana, sendo dois clássicos, um deles com viagem para Belém. Como assim? Não faz sentido algum com o planejamento inicial.
* Carlos Leiria sabe o que está fazendo? A impressão é que o técnico colocou forma máxima para “tirar o dele da meta”, ganhar o jogo, entregar mais pontos. Valeu a pena? A vitória compensou as possíveis lesões de Bastos e Artur (e Vitinho no sacrifício)?
* Assim como não fez qualquer sentido a utilização de Artur nessa partida como titular. Uma rápida pesquisa mostra que ele não jogava 90 minutos desde 2 de outubro, na Rússia. Desde 1º de dezembro, não havia atuado mais, tendo tido férias e início de pré-temporada com o Zenit no Catar. Ora, como chegar, em uma semana disputar 90 minutos de uma final em campo pesado em Belém domingo e, na quinta-feira seguinte, estar em campo (pasto) em Moça Bonita? O Botafogo forçou, arriscou, o jogador se machucou.
* O mesmo se aplica a Bastos. Se não estava apto a disputar uma final de Supercopa do Brasil, por que ser titular dias depois em Moça Bonita? O técnico não pregava planejamento e “pensar no decorrer da temporada”? O Botafogo perdeu o zagueiro angolano em minutos e torce para ser uma lesão grave.
* Carlos Leiria parece completamente desconectado da realidade. Suas entrevistas prévias não refletem nada do que acontece no campo. O time piora, vai perdendo características importantes, vai se “destreinando a cada jogo”. Até quando o Botafogo vai insistir nisso? Vai deixando pelo caminho pontos, taças e, agora, até jogadores.
* No meio disso tudo, há se tentar entender e até exaltar jogadores que ficaram e estão segurando as pontas, como John, Alexander Barboza, Alex Telles, Gregore, Marlon Freitas, Savarino e Igor Jesus. Campeões de tudo em 2024, eles passaram pela polêmica das premiações, não reclamam na imprensa, treinaram com grupo reduzidíssimo no início da temporada, perderam companheiros e treinador que foram embora, não viram a chegada de reforços impactantes e têm a pressão sobre eles. Se errarem, serão criticados. Esse grupo merece mais carinho e mais “ajuda” por parte da diretoria.
* Afinal, o Botafogo se preocupa com o início de temporada ou não? Seja qual for a resposta, já passou da hora de acelerar, a janela de transferências fecha no fim de fevereiro, antes tem a Recopa Sul-Americana (vai forte para ela ou não), e restará um mês de preparação para o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Não dá mais para esperar, assim como não pode ser Carlos Leiria o responsável pelo planejamento.
