* Imagine como devem estar nesta quinta-feira (31/10) as cabeças de Ignacio Ruglio, presidente do Peñarol, e de Damián Suárez. Com o Botafogo finalista da Libertadores-2024, será que eles já colocaram mão na consciência e se arrependeram do que fizeram?
* O presidente do Peñarol foi o protagonista negativo da semifinal entre Botafogo e Peñarol, conseguindo a façanha de ter ficado com imagem negativa para a torcida dos dois clubes. Ao criar narrativa fantasiosa sobre “torcedores” presos no Rio de Janeiro, ele deu um “all-in” e arriscou até o mando de campo. Perdeu seu estádio, a vaga e o prestígio.
* No Uruguai, o que se comenta é que o Peñarol teve peso na decisão das autoridades de anunciar torcida única no Campeón Del Siglo, tentando barrar os botafoguenses. O clube tentou tirar o corpo fora e colocar na conta do Ministério do Interior, mas não colou. A Conmebol teve pulso firme, ameaçou portões fechados ou mudança de país. No fim, houve a alteração para o Centenário, o que revoltou torcedores do Peñarol.
* E que, no fim das contas, foi bom para o Botafogo. A parte ruim é que diversos torcedores ficaram com medo de viajar, perderam passagens, hospedagens e ingressos. Mas, para quem foi, acabou melhor o jogo no Centenário, mais amplo e com mais segurança. Inclusive, para o time alvinegro, que não precisou enfrentar o Peñarol em sua casa, onde está acostumado e é mais perigoso.
* Ou seja, Ignacio Ruglio acabou com a esperança do Peñarol e da torcida. Parabéns para ele. Aliás, tem participação também na contratação de Damián Suárez. O lateral uruguaio abandonou o Botafogo, resolveu sair em dia de jogo importante, deixou clubes, companheiros e torcedores na mão. Para ir para o Peñarol, eliminado justamente para o Botafogo na Libertadores. Hoje, lesionado e eliminado, será que está satisfeito com a decisão?
* Felizmente, Botafogo perdeu só o que “menos importava”, que era o jogo. Havia o temor de violência, de jogadores pendurados, de lesões e, em menor escala, da classificação. O Glorioso foi a Montevidéu com uma missão e voltou com ela cumprida. Ótimo.
* Sinceramente, é estranho ver um jogo com preocupação maior com cartões do que com gols sofridos. A escalação de Artur Jorge com John causou calafrios nos botafoguenses, assim como cada tiro de meta, cada falta sofrida por ele, cada possível reclamação. O temor se ampliou quando Bastos levou cartão amarelo, com Matheus Martins e Vitinho idem. O dano acabou sendo a perda de Mateo Ponte, corretamente expulso. Uma pena para ele, vai perder a final, mas bobeou e deu motivos. Ficou ainda mais tenso quando Alexander Barboza, pendurado, teve que entrar.
* Barboza, no entanto, foi o gigante de sempre, mesmo indo “leve” nas jogadas. Conseguiu estabilizar o Botafogo e iniciar o gol de Thiago Almada. O fim do jogo foi um “ufa” mais por não perder jogadores importantes do que pelo resultado em si.
* Sobre o jogo, é difícil avaliar ou criticar o Botafogo. O time, com cinco desfalques consideráveis, não podia jogar em seu nível 100%, em intensidade alta, em ritmo maior. Por todos os receios de cartão, de lesão, de confusão etc. E foi prejudicado por “anulação” de gol e de pênalti no mesmo lance. Ainda assim, dá para avaliar positivamente as atuações de John, Bastos, Alexander Barboza, Alex Telles, Marlon Freitas e Thiago Almada. Seguraram as pontas.
* No mais, é tempo de Botafogo. Mais uma vez, o clube fez história, chegou a uma final de Libertadores superando diversas adversidades ao longo da campanha. Aproveitemos. Que venha a final da Libertadores e a reta final do Campeonato Brasileiro.









