Pitacos: Botafogo não compete como o futebol atual pede, parece jogar como se fossem amistosos

Pitacos: Botafogo não compete como o futebol atual pede, parece jogar como se fossem amistosos
Vítor Silva/Botafogo

* O futebol atual é competitivo, com disputa e luta, com intensidade. O Botafogo de 2025 é praticamente uma antítese. É um time técnico, que joga como se fossem partidas de exibição ou amistosas, em que o placar é um detalhe.

* Parte é pelo treinador, que tem não esse espírito de vibração e perfil de liderança. Quando fala dos defeitos da equipe, Davide Ancelotti parece se colocar à parte, como se estivesse ali só para analisar, não para resolver. Diz que o time tem o problema da “gestão da frustração”, que tem dificuldades em reagir quando leva gol, que falha na definição. Cabe a ele não apenas identificar, mas solucionar as questões.

* Em campo, o perfil dos jogadores também contribui para esses jogos “amistosos”. Não há velocidade e agressividade no ataque, não há força ofensiva, não há a “malandragem” do futebol. Ninguém amarra o jogo quando precisa, ninguém ganha tempo, ninguém tira o ritmo quando o Botafogo está em vantagem. Todo mundo é “bonzinho”. Os adversários não.

* O Botafogo é um samba de uma nota só. Quando está 0 a 0, faz o jogo de passes laterais, de combinações por dentro, de ir avançando casas, de trocar a posse com o time rival. Se estiver ganhando ou perdendo, vai jogar da mesma forma. Não tem alternativas táticas, soluções nem boas alterações do treinador.

* Por estes motivos, qual o tipo de jogo que o Botafogo ganha? Jogos mornos, em ritmo de devagar, que o adversário não pressiona. Se o outro time aumentar a intensidade ou a pressão, o Alvinegro não consegue sustentar.

* Contra o Santos, era partida para ganhar. Fácil. Bem. Missão mais simples com gol no início. Mas o Botafogo passou a olhar o adversário jogar até levar o empate, voltou a atacar e ficou em vantagem. E aí, retorna ao modo amistoso.

* No segundo tempo, perde chances, enfeita, se desconcentra defensivamente e entrega o empate. Aí vira jogo de pressão, não consegue fazer o terceiro gol. Quando estava à frente do placar, não soube se buscava matar o jogo e se optava por se defender. Não fez um nem outro.

* Fosse um time cascudo, malandro, experiente, jogava com o desespero do Santos. Com 2 a 1 no placar, dava a bola para o adversário, se fechava bem e aproveitava espaços para contra-atacar. Jogava com o tempo a seu favor.

* Institucionalmente, como clube, o Botafogo também pareceu estar em um amistoso. No estádio alvinegro, o diretor de futebol do Santos, Alexandre Mattos, invadiu o campo para questionar a arbitragem e deu entrevista para a TV Globo no intervalo colocando pressão. Sugestionou o juiz. Cadê os dirigentes do Botafogo? Não é para fazer o errado de ir para cima do árbitro, mas é para marcar presença e se posicionar.

* O Botafogo hoje não transmite força, segurança nem confiança de que vai chegar à Libertadores. Não tem um líder atuante no clube para puxar para cima, seja John Textor (está distante e em disputa acionária) diretor ou treinador. Não tem um goleiro confiável, não tem zagueiro pela direita, não tem bons pontas nem centroavante em bom momento. Difícil o cenário.

* Enquanto o Botafogo está estagnado, outros crescem e reagem para a reta final. É torcer para o time minimamente se encaixar e conseguir, no modo amistoso, pontos suficientes por uma vaga na Libertadores.

Fonte: Redação FogãoNET

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