* Muitos pediam reforços na segunda janela de transferências, o Botafogo optou por priorizar uma manutenção de elenco e uma contenção de despesas. Até aí, o lado financeiro faz algum sentido, pois apenas o clube é capaz de saber o tamanho de suas contas. No entanto, um investimento bem feito poderia ter um retorno excepcional com o título no Campeonato Brasileiro de 2023. Ao mesmo tempo, não investir vai poder significar um freio nas receitas que dependem da empolgação da torcida.
* Quem o Botafogo contratou na segunda janela? O clube até gastou dinheiro, estima-se que R$ 23,5 milhões em Diego Hernández, Mateo Ponte e Valentín Adamo. Pensou no futuro. E o presente? Jogadores mais experientes e prontos, embora há um tempo parados, Bastos e Diego Costa chegaram como atletas livres no mercado. Dá até para dizer que são mais do “passado” que do presente.
* A principal contratação do Botafogo em 2023, por mais curioso que seja, foi Júnior Santos, que saiu e voltou. A base do time é toda do ano passado. Di Placido, Marlon Freitas e Matías Segovia chegaram este ano e foram bastante utilizados, mas não são unanimidade. Nem mesmo o volante.
* E o Botafogo teve “folga” no orçamento com saídas, como de Douglas Borges, Daniel Borges, Lucas Mezenga, Luis Segovia, Breno, Kayque, Lucas Piazon e Gustavo Sauer. Além de Joel Carli, que se aposentou e mudou de função. Cabe um parênteses que há jogadores que poderiam ser úteis ainda, como Gustavo Sauer, Kayque e até Daniel Borges.
* Esse tipo de análise poderia ser feito ao fim do campeonato, só que não dá para desconsiderar na atual conjuntura que pode estar tendo certo peso. O Botafogo não tem no momento um elenco confiável, com 15, 16 peças em bom nível. Como mostra o exemplo do empate com o Santos no último domingo (26/11). Quando precisaram entrar os reservas, o time caiu muito de rendimento.
* Luis Henrique, Janderson, Di Placido, Matías Segovia e Bastos entraram mal. O plano de jogo montado por Tiago Nunes sucumbiu, em boa parte por não ter opções no mesmo nível no banco. Não havia reservas à altura para os substituídos Gabriel Pires, Eduardo, Victor Sá e Júnior Santos. Tiquinho Soares não vai ser citado porque não jogou bem e porque o reserva, Diego Costa, foi desfalque de última hora.
* Quer ver outro exemplo? Uma coincidência nos tropeços contra Palmeiras, Grêmio, Red Bull Bragantino e Santos é que o Botafogo vencia no momento que Victor Sá e Júnior Santos foram substituídos. Os dois pontas não têm reservas confiáveis a esta altura do campeonato. E, pelo papel que cumprem, é natural que se desgastem e não joguem os 90 minutos.
* Se o Botafogo tivesse contratado mais três ou quatro jogadores confiáveis para o elenco no meio de 2023, poderia estar em outra situação. O clube segue com lacunas na lateral direita, na zaga pela esquerda, no meio e no ataque. Não investiu, priorizou a manutenção da base e pode acabar pagando o preço.
* Um não título, se confirmado, porque ainda há chances de título, vai causar um certo distanciamento da torcida por ora, não se sabe por quanto tempo. Mas aquela empolgação de estádio lotado todo jogo, transmissões em TV aberta e TV fechada, venda de produtos, sócio-torcedor e outras receitas deverão cair. Assim como até mesmo a valorização de mercado dos jogadores do atual elenco. Um prejuízo inestimável, que talvez fosse evitado com boas contratações no meio da temporada.
