* Desde dezembro de 2024, o Botafogo vive em reformulação. A torcida se mostrou parceira e compreensiva, tem estado ao lado do clube e entendido a situação. Prova disso foi o ótimo público de 30 mil no Nilton Santos sábado, o que deveria ser mais valorizado. Mas é fato que o time chega a agosto de 2025 ainda sem estar pronto e com sensação de estar em formação.
* Houve tempo “perdido”, com Carlos Leiria e Renato Paiva. Já passou do tempo de contratar ponta / atacante pronto, forte, veloz e eficiente. Há lacunas no elenco. Mas há de se ter paciência com este Botafogo e com Davide Ancelotti.
* O técnico italiano está se adaptando ao contexto, ao Brasil, a ser técnico. Pelas entrevistas, mostra que tem entendimento do que está fazendo e do cenário. Nesse momento, faltam mais peças à disposição.
* Foi um dos problemas no empate em 1 a 1 com o Corinthians, neste sábado, no Estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro. O primeiro tempo foi ótimo, em que pese o adversário entrar cheio de reservas. Na etapa final, quando precisou de banco, o Botafogo não teve. Quem entrou não entrou bem, principalmente Santiago Rodríguez e Savarino. Não havia boas opções na reserva para a zaga pela direita, para volantes, para pontas e para centroavante.
* Para piorar, há jogadores que claramente sentiram a parte física e caíram de nível durante o jogo, como Allan, Joaquín Correa, Arthur Cabral e Nathan Fernandes (este até saiu com a mão na virilha, carregado de maca). Como sustentar o nível de atuação se parte do time cansa e se não há opções tão boas no banco?
* Uma possível solução seria se fechar. A partir dos 30 minutos do segundo tempo, era hora de recuar as linhas e defender o resultado, mais do que seguir aberto e tentando o segundo gol. É Botafogo Way? Não. Mas o importante era conquistar os três pontos.
* Incomoda também nessa equipe a quantidade de jogadores baixos. Na hora do gol do Corinthians, a linha de três ofensiva era Álvaro Montoro, Savarino e Santiago Rodríguez. Há qualidade, mas falta força, falta velocidade, falta receber em profundidade, falta agressividade. E falta, naturalmente, jogo aéreo. São três “a menos” na bola parada, seja defensiva ou ofensiva, ou nos lançamentos por cima.
* Falta protagonismo no ataque. Nos últimos anos, teve o tempo de Tiquinho Soares, o de Eduardo, o de Júnior Santos, o de Luiz Henrique, o de Thiago Almada, o de Savarino, o de Igor Jesus. Atualmente, quem tem aparecido bem é Arthur Cabral, mas ainda não ao nível absurdo que os outros chegaram a ter.
* Fizeram falta contra o Corinthians Artur e Marlon Freitas. Às vezes criticado, o ponta é quem mais gera jogo no ataque do Botafogo, é inquieto, tenta, arrisca, ainda que não seja tão agressivo e tão protagonista. O volante é o coração e o cérebro da equipe, arma, ditma ritmo, briga, chama atenção, cobra a arbitragem.
* Vamos precisar ter paciência de novo. Quem sabe esse time não encaixa? Com Marlon Freitas e Artur, com possível crescimento de jogadores como Álvaro Montoro, Joaquín Correa, Santiago Rodríguez, Nathan Fernandes, Savarino, Jordan Barrera e Matheus Martins, com a entrada de Danilo, com a chegada de mais reforços.
* Está chegando a hora do vamos ver. No Campeonato Brasileiro, a briga pelo título vai ficando mais distante, mas é importante se manter no G-6. Vêm aí as oitavas da Copa do Brasil e da Libertadores. O que o Botafogo já tem é o suficiente? Saberemos em breve. E esperamos que sim.