* Botafogo e Palmeiras viram a rivalidade subir desde 2023 e vem fazendo grandes duelos, gerando até certa animosidade, infelizmente. Não precisa descambar para violência ou ameaças, como as feitas por “torcedores” em ato de mau gosto repudiado pela maioria da torcida. Fato é que os clubes têm semelhanças atualmente e históricas.
* Os dois clubes viveram bons momentos nos anos 90 (melhor o Palmeiras) e despencaram no início dos 2000. Caíram juntos em 2002, subiram juntos em 2003, se respeitando muito. Tiveram novas quedas, passaram por dificuldades e se reergueram. Hoje, ambos têm técnico português (Artur Jorge e Abel Ferreira), gramado sintético, times intensos.
* A grande diferença é o timing. O Palmeiras percebeu que precisava se reestruturar em 2013, com Paulo Nobre, fundamental na recuperação e nas finanças. Enquanto o Palmeiras subia, o Botafogo caía, prejudicado por péssimas gestões e pelo fechamento inexplicável do Estádio Nilton Santos. Esse gap faz diferença.
* Como John Textor assumiu apenas em 2022, a vantagem do Palmeiras ficou em quase dez anos. Por isso dizemos que é um exemplo a ser seguido. O clube passou a jogar em um novo estádio, primeiro fez grandes contratações, depois fortaleceu e apostou na base, voltou a conquistar títulos e entrou em ciclo de vitórias. O primeiro foi a Copa do Brasil de 2015.
* Hoje, o Palmeiras é o melhor projeto de futebol do Brasil, o maior time, tem um grande treinador, uma equipe cascuda e com mentalidade vencedora. Entra em tudo disputando para ganhar. Vende jogadores por cifras altas. É o caminho que o Botafogo quer seguir.
* É lógico que há muitas diferenças entre os clubes e as gestões, não vamos nos aprofundar nisso. Fato é que, dentro de campo, o Botafogo já diminuiu bastante a distância e até igualou as forças. É capaz de uma grande vitória como a de quarta-feira, pelo Brasileirão-2024.
* Para chegar ao nível do Palmeiras, é preciso tempo. Até porque não dá em três anos para conquistar os títulos que o rival ganhou em quase dez anos. Mas é bom já poder ver o Botafogo competir de igual para igual, liderar o Campeonato Brasileiro e dar esperança.
* A vitória sobre o Palmeiras é grande, vale muito e tem que ser comemorada. Não dá para falar que “é só a 17ª rodada”. Imagina se o Botafogo perdesse? O quanto estaria sendo criticado na imprensa, o impacto psicológico, o efeito no torcedor, a queda na confiança para os jogos da Libertadores. Foi ainda melhor que o resultado positivo veio cheio de simbolismos.
* Por exemplo: praticamente no mesmo local da falta de Adryelson que decidiu o último Brasileirão (um cartão vermelho polêmico), Bastos desarmou Rony e iniciou a jogada do gol decisivo, marcado por Tiquinho Soares na mesma baliza em que perdeu o pênalti do ano passado. Não podia ser outro herói para este jogo. E o time resistiu bravamente aos acréscimos.
* O Botafogo hoje é diferente, é outro clube, é temido, é respeitado. Que esse novo trajeto siga com alegrias e conquistas.
