* O Botafogo, ou melhor, John Textor, escolheu abrir mão de Supercopa do Brasil, Campeonato Carioca e Recopa Sul-Americana. Faltou combinar com os russos. Jogadores e torcedores certamente não ficaram felizes com os resultados, a frustração e a exposição. Precisava ser assim?
* Com este planejamento, era natural ir mal nessas competições. Futebol passa por estar focado e engajado em um objetivo. O Botafogo não estava, então foi atropelado por Flamengo e Racing. Só não foi pior por que John fez grandes defesas.
* A final entre Botafogo e Racing foi vergonhosa. O time argentino dominou completamente as ações, finalizou muito mais e pouco foi ameaçado. Vitória e título justos, para um clube que valorizou mais a competição.
* O pior é notar que o Botafogo de 2024 acabou e foi sepultado pelo de 2025. A maioria dos titulares está ali, mas não há mais a aura, o espírito competitivo, a força coletiva. O trabalho dos interinos Carlos Leiria e Cláudio Caçapa foi bem ruim, jogando dois meses fora, praticamente sem deixar nada de herança positiva.
* O principal problema da equipe hoje está na falta de soluções ofensivas. Sem Luiz Henrique e Thiago Almada, o Botafogo perdeu capacidade de criação, de organização, de ser incisivo e de ser agressivo. Quase não há mais jogo gerado pelas pontas, o que torna o time pouco capaz de levar perigo ao adversário, basta ver a quantidade de jogos sem sequer fazer gol.
* O Botafogo se colocou em uma situação de mais pressão para o restante da temporada. Agora, tem que sair do buraco que ele mesmo entrou. Desafio para o recém-chegado técnico Renato Paiva e para o elenco, que terão de se desdobrar ainda mais para recuperar a confiança.
* John Textor diz que o planejamento foi assim e deu certo em 2024, o que é verdade. A diferença é que os primeiros meses de 2024 ainda eram um resquício de 2023 que ninguém queria lembrar, enquanto 2025 era, em tese, a sequência de um mágico fim de 2024. Ao interromper este trabalho com diversas mudanças, ficou uma incerteza sobre o que será o restante do ano e uma pressão ainda maior. Não basta apertar um botão, vai ser preciso reconstruir, com a esperança de ainda ter um pouquinho de 2024 soterrado entre os destroços do início de 2025.