* O Botafogo desperdiçou a oportunidade de fazer um Campeonato Carioca tranquilo e de recuperar um pouco da paz e da confiança. E se enrolou sozinho, pelo tanto de testes e mudanças que promoveu o técnico Tiago Nunes.
* ”Ah, mas o Carioca não vale nada”, dizem alguns. Primeiro que, se o Botafogo entra em uma competição, é para querer ganhar. Mais ainda para um clube que não conquista esse título desde 2018. O São Paulo quebrou seu jejum ganhando um Paulistão, o Palmeiras iniciou a sequência mais vitoriosa de sua história sendo campeão paulista (naquela final do gol de pênalti do Patrick de Paula), o Fluminense se reencontrou a partir do Campeonato Carioca de 2022. Começaram a criar espírito competitivo e vencedor.
* Outro ponto a se lembrar é que não se classificar para as semifinais do Carioca significa ter que disputar a enfadonha Taça Rio. E, se bobear, com mais algum grande incluído. Lembrando que ela é quem garante ao campeão vaga na Copa do Brasil para quem não terminar entre os quatro primeiros colocados no geral.
* A aposta de Tiago Nunes foi: usar o Carioca como laboratório, de esquemas e de jogadores, e como pré-temporada. Faria muito mais sentido se o Botafogo só tivesse jogos “de verdade” em abril, com fase de grupos da Libertadores, início do Campeonato Brasileiro e entrada na Copa do Brasil (essa em maio).
* O Botafogo poderia ter usado sequência de jogos em casa para formar um time, entrosar jogadores, fortalecer a defesa e ganhar confiança. Com tantas alterações, criou instabilidade na equipe e desentrosamento. Agora, tem que dar resposta imediata.
* Ainda sem uma base definida e um modelo de jogo consistente, o Botafogo vai começar a fase dos clássicos no Carioca contra o Flamengo, quarta-feira, no Maracanã. Ainda este mês, vai jogar a Pré-Libertadores. Se o time ainda não encaixou, vai ter que encaixar agora. É o desafio e a missão para Tiago Nunes.
* O técnico não tem responsabilidade sobre o que ocorreu em 2023, mas já conhece o clube e o clube para ser avaliado em 2024. Sua mudança entre linha de três defensores e quatro parece ter confundido até os próprios jogadores. Insiste em atletas fora de suas posições originais e vem tendo dificuldade com alterações. No tropeço diante do Nova Iguaçu, não deu para entender Júnior Santos de centroavante e Kayque e Raí entrando juntos.
* A ressalva que tem que ser feita é que Tiago Nunes não tem o elenco pronto. Foi duro olhar para o banco de reservas contra o Nova Iguaçu. Luiz Henrique e Pablo chegaram, Savarino e John tiveram problemas físicos, Jeffinho se machucou, há reforços chegando. Passou a ser uma corrida contra o tempo, mas tomara que o Botafogo comece a achar o caminho correto este mês.