Pitacos: Botafogo tem que se acostumar à nova realidade, de ser temido; o sonho continua

Pitacos: Botafogo tem que se acostumar à nova realidade, de ser temido; o sonho continua
Vitor Silva/Botafogo

* Esse texto poderia ser puxado por diversos aspectos, mas acreditamos que não é hora de pessimismo nem de jogar para baixo. O que tem em comum nos últimos jogos do Botafogo em casa? Em todos, enfrentou adversários fechados, retrancados, felizes com um empate e abusando da cera. Isso é um sinal claro de que os rivais passaram a, mais que respeitar, temer o Glorioso.

* O Criciúma é só mais um desses. Já havia sido o Grêmio, o São Paulo na Libertadores, o Corinthians, o Fortaleza etc. Nem sempre vai dar para o Botafogo passar por cima e golear por 4 a 1, como fez contra o Flamengo. Mas é preciso se acostumar com essa nova realidade e entender que o clube hoje é protagonista. Até por isso vai ter tanta gente secando e torcendo contra. Coincidentemente ou não, geralmente torcedores de times que foram superados pelo Glorioso em 2024, como Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Fluminense etc.

* Ser protagonista implica na forma de jogar em campo também. É preciso ter atitude, personalidade, concentração máxima. Um ótimo exemplo disso é o que tem jogado o zagueiro Alexander Barboza. Ou como entrou Tiquinho Soares, que deu sinais positivos além do gol. Brigou, mostrou vontade, vibrou, quis.

* O Botafogo teve pequenos problemas que, de certa forma, influenciaram nessa partida, como o jogo ser no Maracanã em vez de no Estádio Nilton Santos e o desgaste de sete atletas pela data Fifa. Possivelmente, impactou em um início mais lento, cozinhado, sem conseguir encontrar espaços. Era hora de se impor.

* Como fez o Botafogo no segundo tempo. Foi para cima, adiantou os laterais, rondou mais a área, fez gol, teve gol anulado, obrigou o goleiro a realizar grandes defesas. Só não precisava da desatenção no fim, iniciada por perda de bola de Luiz Henrique, passando por Cuiabano mal posicionado e Gregore não conseguindo cortar o cruzamento.

* Luiz Henrique, aliás, é um exemplo desse novo Botafogo, mas precisa manter a concentração por 90 minutos. Jogou muita bola, criou grandes oportunidades, driblou, quase fez gol, chamou o jogo, vibrou muito quando Tiquinho abriu o placar. Só que se desligou e enfeitou jogada que era simples, só tocar para Eduardo, mas perdeu a bola com o time saindo, o que originou o empate.

* Time que quer ser campeão não pode cometer esse tipo de erro. É manter o nível alto de determinação e atenção até o fim, “furar a bola”, segurar o placar. O Criciúma fez cera durante 90 minutos, com goleiro e jogadores caindo, enrolando reposições, cometendo faltas, enquanto o Botafogo, bonzinho, nada fez para amarrar o jogo. Fica de lição.

* Outro ponto a ser considerado é a atuação de Vitinho. O lateral atacou muito, mas perdeu um gol na pequena área e não dominou ótimo lançamento de Marlon Freitas em que ficaria livre. Não tem sido efetivo ofensivamente. Não é o caso de crucificar nem de desistir do jogador, que ainda está em readaptação ao futebol brasileiro. Claramente, tem potencial. A tendência é de que atue melhor no ano que vem. Só não dá para entender porque Mateo Ponte, que já estava entrosado, foi praticamente “descartado” em tão pouco tempo.

* Algumas escolhas de Artur Jorge (que tem mérito enorme por ter feito o Botafogo chegar forte até a reta final e pelo estilo de jogo), aliás, têm causado estranheza. Como a de Tchê Tchê de volante na reta final dos jogos. Ele não tem a mesma intensidade dos titulares, não preenche espaço tão grande no meio, não morde na marcação nem chega com força ao ataque. Também não é um jogador de se descartar, é útil em várias posições, bom de grupo, acostumado a ser campeão. Só não parece o cara ideal para substituto de Marlon Freitas. Cadê o Allan?

* Não deu para entender também Carlos Alberto de ala (por que não Matheus Martins?) e a utilização de Cuiabano e Eduardo juntos, ambos voltando de lesão. Talvez fosse o momento de jogadores mais prontos.

* De qualquer forma, já passou. Ficam os aprendizados. O Botafogo segue líder do Campeonato Brasileiro, tem a semifinal da Libertadores pela frente e mais dois meses de futebol. Faltam oito jogos no Brasileirão, tomara que três na Libertadores e três no Mundial. Um máximo de 14 partidas. Hora de o elenco se fechar, a torcida seguir jogando junto e ir com tudo. Nada nunca foi fácil para o Botafogo, por que seria agora? Mas é nesse mesmo elenco, que deu tantas provas de superação na temporada, que escolhemos acreditar e estar ao lado. O sonho continua, a luta continua.

Fonte: Redação FogãoNET

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