* O que esperar do Botafogo em 2025? Sinceramente, não temos ideia. Será que alguém sabe? Difícil. O clube passa por um momento de turbulências mais de fora do campo para dentro que no sentido inverso.
* A principal – e maior – definição vem do macro. É resolver a questão Botafogo, SAF, John Textor, Eagle Football, Ares Capital. Não há como entender toda a história sem ter todos os elementos. Mas é fato que a situação não está clara nem tranquila.
* Vale depositar confiança e dar crédito a John Textor. Afinal, foi quem salvou o Botafogo e o tirou da lama, levando ao ápice, com títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024. Hoje, é outro clube. Mais forte, estruturado e poderoso.
* Mas é ele quem tem um grande problema para resolver. A que ponto o Botafogo já pode ser independente da Eagle? A que ponto a guerra de bastidores pode afetar e “amarrar” o clube? Quem serão os novos parceiros?
* Essa estabilidade é necessária para o Botafogo voltar a navegar mais tranquilamente em seu projeto, que é promissor. Não se pode perder o timing ou deixar o bonde passar. Mas até quando vai a guerra fria entre John Textor e Ares (se é que ela realmente existe)?
* O Botafogo precisa da estabilidade também dentro de campo. Davide Ancelotti chegou provavelmente convencido por um projeto, mas já perdeu Gregore e pode perder John, dois pilares defensivos. Reforços que chegam precisam de tempo para se adaptar, podem dar certo ou não.
* O time tem que se construir novamente em meio a esse cenário. O técnico parece bom, o que é uma notícia positiva. Mas vai ter que se desdobrar em meio a saídas, lesões e suspensões. A sensação é que o Botafogo vai sobrevivendo nas competições até que a equipe se acerte. O problema é que até hoje não se ajustou completamente.
* Contra o Cruzeiro, a instabilidade foi vista principalmente no goleiro John, na péssima reposição no primeiro gol e na hesitação em sair do gol. Contagiou o ambiente e a torcida, deixou o time mais nervoso. O Botafogo não foi forte o suficiente contra um time bem armado. Aliás, o time de 2024 era fortíssimo em jogos grandes. O de 2025 não venceu nem um dos oito primeiros colocados (não enfrentou apenas o Mirassol).
* Sem tantas opções, o técnico Davide Ancelotti vai utilizando ao máximo os principais jogadores que tem. O que pode estar forçando atletas que não vinham jogando sequência grande em seu último clube, como Kaio Pantaleão e Arthur Cabral. O zagueiro sentiu contra o Cruzeiro, o centroavante está claramente desgastado.
* E cabe a Ancelotti perceber que, no momento, Cuiabano e Newton estão entregando mais que Alex Telles e Allan. Telles ainda é mais importante em cenários como jogos grandes e necessidade defensiva, mas Allan ainda não se encontrou. Não parece fisicamente tão intenso e dinâmico quanto pedem o futebol atual e o esquema, não consegue preencher o grande espaço de meio-campo que tem que preencher, o que sobrecarrega outros jogadores. Pode ajudar com liderança, mas dentro de campo tem que entrar em contextos ainda mais específicos, de segundo tempo, de segurar bola e de usar experiência.
* Resta torcer para a turbulência passar. É fundamental o campo ajudar, sobretudo nas copas. Que o Botafogo possa reencontrar o caminho e se acertar o quanto antes.