* Hoje vamos ser mais curtos nas análises após Cruzeiro 3 x 2 Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro-2024. Primeiro, até quando Artur Jorge vai com esse esquema vulnerável (para dizer o mínimo)? Todos os clubes no Brasil defendem com pelo menos nove jogadores de linha atrás da bola, alguns até com dez (inclusive o Fluminense, time mais propositivo no futebol nacional), como ele quer defender com seis?
* Seis porque, na prática, Jeffinho, Luiz Henrique, Júnior Santos e Tiquinho Soares pouco retornam para marcar. Dão algum combate na frente e só.
* Com um time tão exposto, pior ainda para uma defesa que já não é boa. Fica mais complicado ainda para os defensores, que já são contestados, quando têm que cobrir espaço maior, correr para trás e ser atacados de frente.
* No gol, Gatito Fernández tem que ir para o banco. Respeite-se sua história, sua identificação com o clube, mas o Botafogo contratou dois goleiros para quê? O “last dance” de Gatito deveria ter sido a boa atuação no jogo de volta contra o Red Bull Bragantino. Hora de testar John. E ainda tem Raul.
* Na zaga, Lucas Halter é outro que merece banco. Tem potencial, foi bem no Goiás, mas vem falhando em jogos seguidos no Botafogo. Não é para ser titular absoluto. E Alexander Barboza estava na cara que uma hora seria expulso, pelo excesso de força utilizada nas jogadas. Os dois e Bastos, expostos então, são um convite aos ataques adversários.
* Na esquerda, não tem ninguém para corrigir os problemas defensivos de Hugo? É o tempo todo o lateral levando bolas nas costas, desmontando a linha de quatro defensiva e sendo pouco ativo para tentar cortar cruzamentos. Ele mostra virtudes ofensivas, mas alguém precisa parar e ensinar a defender.
* Danilo Barbosa escolhe posição nesse time. Seja de primeiro ou segundo volante, seja de zagueiro, é um dos jogadores mais regulares do Botafogo. E dos mais injustiçados. Não pode ter titularidade contestada, em que pese ter sido desfalque em alguns jogos por problemas físicos.
* Júnior Santos é ponta-direita. É ali que cria jogo, ganha espaço, puxa para a esquerda, entra na área, ajuda na marcação. Foi por ali que virou o principal jogador do Botafogo em 2024. Por dentro ou pela esquerda não rende o mesmo.
* Luiz Henrique precisa estrear pelo Botafogo. E não é pelo meio que rende mais. Precisa brigar pelo espaço na direita e jogar mais. Como voltou de lesão, em um time bagunçado, talvez demore mesmo. Outro que pode muito mais é Jeffinho. Sabe jogar bola, é diferente, mas pecou pelo preciosismo em perder bola no primeiro gol e em desperdiçar chance claríssima. Mas tem que ser titular, de preferência voltando o mínimo possível, porque é quem pode fazer diferença na frente.
* Por fim, Artur Jorge questionou a parte física do Botafogo. Então, há algo errado internamente. Em três meses, o Botafogo fez três clássicos, seis jogos de Libertadores e um de Campeonato Brasileiro. Dez partidas à vera, o restante no Campeonato Carioca, vários deles poupando jogadores. Aliás, o clube voltou a não falar de lesões, não esclarecendo previamente situações como as de Marçal, Damián Suárez e Eduardo, por exemplo.