* Em seu primeiro jogo em casa, no Estádio Nilton Santos, Davide Ancelotti já foi apresentado a um dos lados ruins do futebol brasileiro. O combo se fez presente no empate em 0 a 0 do Botafogo com o Vitória, pelo Campeonato Brasileiro.
* No Brasil, há times que simplesmente entram em campo para querer que não haja jogo de futebol. Para fazer o tempo passar, a qualquer custo, com a esperança de não sofrer um gol. Foi o que fez o Vitória.
* O pacote teve bastante cera, cai-cai, quedas constantes de jogadores, como o goleiro Lucas Arcanjo e o zagueiro Zé Marcos. E teve a complacência do árbitro Lucas Casagrande.
* O juiz deu apenas um minuto de acréscimo no primeiro tempo e seis na etapa final. Bizarro como não coibiu a cera do Vitória durante o jogo e sequer deu minutos adicionais de forma justa.
* Para piorar, o árbitro deu dois cartões amarelos por cera a jogadores do Vitória durante os acréscimo e não mais minuto extra algum. Teve ainda a inacreditável de acabar o jogo no meio de um ataque do Botafogo. Mais um dia em que o futebol perdeu. É com isso que Davide Ancelotti vai ter que conviver. É bom se acostumar.
* Dentro de campo, o Botafogo teve boa atuação e não venceu realmente por falta de sorte. Foram inúmeras chances criadas, bolas na trave e grandes defesas do goleiro adversário. Não era dia.
* Mas é bom ver o time consistente, sólido, intenso e perigoso no ataque. Ainda que falte mais talento e força na frente, o Botafogo gerou um volume de jogo que deveria ser suficiente para vencer. É questão de ajuste, de tempo e de reforços.
* O elenco precisa apresentar mais opções prontas. No fim do jogo, após as mudanças, o Botafogo caiu de produção e não conseguiu manter o ritmo apresentado pelos titulares. Santiago Rodríguez parece mostrar sinais de evolução, com qualidade com a bola e jogo associativo, mas faltou poder de decisão contra o Vitória. Joaquín Correa ainda parece perdido e desentrosado, pouco faz quando entra. Nathan Fernandes deu boa resposta contra o Vasco e deve ganhar mais chances. Mas é pouco.
* Se o Botafogo, que tem defesa firme (ótimo achado Kaio Pantaleão) e meio consistente, tiver um ataque mais poderoso, certamente será candidato ao títulos em 2025.