* A temporada do Botafogo começou com faixas de protesto nas arquibancadas pedindo as saídas de Marçal e Marlon Freitas. Quem diria que dois meses depois os dois estariam dando a volta por cima com resposta dentro de campo? A melhor e única resposta possível para jogadores, inclusive, que é jogar bola.
* Não que ambos já estejam no seu melhor nível e se destacando. Não é para tanto. Como não era para tanto eleger os dois como os culpados pelo decepcionante fim de 2023. O problema foi geral, foi o time, não jogadores específicos.
* Na classificação contra o Red Bull Bragantino, a dupla viveu cenário parecido. Foi reserva no jogo da ida e melhorou o time no segundo tempo, ganhando a vaga para a partida de volta. Com intensidade, bom poder de marcação e vibração, mostraram personalidade e espírito competitivo. Necessários para o Botafogo e para o elenco.
* É natural que o nome mais exaltado na classificação para a fase de grupos seja Júnior Santos, autor de oito gols em quatro jogos na “pré”. Jogou demais e foi decisivo demais. Merecidíssimo. Cabe destacar ainda a boa partida de Gatito Fernández na volta e a firmeza de Alexander Barboza nos dois duelos.
* E o grande destaque, certamente, é Fabio Matias. Pegou um elenco esfacelado, abalado por 2023, um time piorado por Tiago Nunes, com desfalques, e não deu qualquer desculpa. Trabalhou, enterrou o assunto “ano passado”, colocou mais competitividade e energia na equipe, arrumou alternativas, venceu cinco jogos e empatou um. Um interino que mostrou competência e talento, dando sinais que pode virar treinador no futuro.
* Nos detalhes, se nota o trabalho do treinador. Para colocar dúvida no Red Bull Bragantino, começou com Júnior Santos na esquerda e Savarino na direita, invertidos. Posicionou bem a defesa, escalou um time mais físico e mais alto, deu mais proteção e equilíbrio. Quando a equipe ficou em apuros, com a expulsão de Damián Suárez, socorreu com substituição, depois tirou da cartola Hugo no lugar de Savarino, deu mais vigor com Gregore e Janderson. Teve a leitura de jogo que faltou a seus antecessores.
* O Botafogo está de volta à Libertadores, terá o retorno dos jogadores lesionados (como John, Jeffinho e Luiz Henrique), mais receita, reforços no meio do ano. A esperança está renovada. O Botafogo e a torcida precisavam.
