* Há quase um ano no Botafogo, Diego Hernández enfim vinha se tornando uma boa opção. A principal razão nem era técnica, era de comprometimento dentro de campo e vontade. O uruguaio vinha entrando cheio de disposição nos jogos, com fome, lutando por cada bola, correndo muito.
* Com esse espírito, Diego Hernández virou uma alternativa interessante para Artur Jorge, ainda mais em momento que o Botafogo precisa rodar elenco e usar seu banco. Tecnicamente, ele ainda pode render mais, mas o primeiro passo para ganhar chances era essa competitividade. Se aliar a vontade à parte técnica, à qualidade na perna esquerda, o uruguaio poderá ser ainda melhor.
* Contudo, parece que o jogador teve uma “recaída” e voltou a mostrar falta de comprometimento. Ele foi cortado da delegação para a partida contra o Universitario, pela Libertadores por “razões disciplinares”, a exemplo de Óscar Romero. O erro deles certamente foi grave, para ficarem fora de jogo tão importante e decisivo. Bola fora.
* O espírito competitivo de Diego Hernández dentro de campo (antes das razões disciplinares fora dele) , por exemplo, poderia contagiar outros jogadores, como Jeffinho e Luiz Henrique. Os dois têm qualidade técnica superior, mas ainda não mostram essa mesma determinação. Além disso, enfeitam jogadas, penteiam a bola e deixam de produzir como podem. O crescimento de ambos é fundamental para o Botafogo, fazendo a ressalva de que ainda é natural que estejam se adaptando ao estilo de jogo de Artur Jorge.
* Até por isso, pedimos em outro texto a contratação de mais pontas. A função com o técnico português não é tanto de jogar aberto e buscar o fundo (essa profundidade é dada pelos laterais), é necessário procurar o meio e construir. Seria importante ter mais jogadores para esta posição.
* Contra o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro, Artur Jorge até mudou um pouco sua ideia inicial e entrou com três volantes. Possivelmente, porque não tinha quatro atacantes confiáveis para escalar, considerando que Júnior Santos e Savarino foram poupados, e Yarlen ainda sequer foi utilizado para ele. Diego Hernández ficou como opção no banco. E o Botafogo sentiu falta de uma presença mais forte ofensiva.
* Luiz Henrique jogou improvisado de centroavante, posição que claramente não é a sua. Faltava mais força ao setor ofensivo para segurar a bola ou para atacar os espaços. O que foi melhorado no segundo tempo, principalmente com a entrada de Júnior Santos, que está jogando demais.
* O empate ficou OK, mas com um gosto de que dava para ter vencido. Se tivesse o elenco um pouco mais robusto, o Botafogo teria grande chance de sair com a vitória.Mas faz parte, ainda é início de trabalho de Artur Jorge. É promissor o Botafogo dele, ainda mais se pensar que o grupo pode ser reforçado na próxima janela com jogadores com características que se encaixem bem ao modelo de jogo.
* Agora, vem uma prova de fogo. O Botafogo vai precisar jogar bem e vencer o Universitario, no Peru, pensando na vaga nas oitava de final da Libertadores. É a hora de mostrar a força desse time. E superar um problema interno gerado em péssimo momento.
