* Será que o Botafogo de Renato Paiva venceria o Vasco no Mané Garrincha como fez o time de Davide Ancelotti? Difícil cravar uma previsão, mas fácil imaginar o que seria o jogo com o técnico português, tendo em base suas partidas anteriores.
* O Botafogo começaria com três volantes, com Allan no lugar de Montoro. Afinal, foi o esquema utilizado em quase todos os jogos fora de casa.
* John seria muito exigido e provavelmente seria o melhor em campo, com várias defesas importantes.
* Os laterais teriam que cobrir uma faixa enorme de campo, defender próximo à própria área e atacar até o fundo. Alex Telles seria substituído aos 20 minutos do segundo tempo em vez de jogar o jogo todo.
* Artur e Savarino, os pontas, marcariam mais por dentro. PH teria espaço para arrastar pela direita e sobrecarregar dois (ele e Rayan) contra um em Alex Telles. Lucas Piton avançaria mais com a bola dominada e com espaço para cruzar para Vegetti.
* Solitário, Arthur Cabral não conseguiria repetir o heroísmo de Igor Jesus na frente, no sentido de brigar com zagueiros, segurar a bola, correr muito e ainda ter força para finalizar.
* No intervalo, após 0 a 0 insosso com o rival um pouco melhor, nada de mudanças. Se o Vasco aumentasse o ritmo e achasse um gol, aí viriam mexidas desesperadas de Renato Paiva em sequência, desestruturando o Botafogo.
* Montoro, enfim, seria chamado, para a vaga de Allan, deixando o esquema com três volantes de lado. O Botafogo melhoraria um pouco. Mas, quando o time estivesse se ajustando, viriam novas alterações para bagunçar. Saem Alex Telles cansado para a entrada de Cuiabano e Savarino (balanço a cabeça negativamente) para Mastriani.
* Com dois centroavantes juntos, o Botafogo não teria força nem criação. E ficaria exposto a contra-ataques. Últimas mexidas: Newton e Joaquín Correa no lugar de Marlon Freitas e Artur. Fim de jogo. Na coletiva, Renato Paiva apontaria equilíbrio e lamentaria uma chance desperdiçada (ainda que o adversário tivesse umas cinco) e exaltaria que seu time “competiu” em um clássico.
* Uma mentalidade muito pequena. Que mostra que John Textor acertou na demissão. No clássico com o Vasco, o time mostrou coragem e imposição, esteve sempre mais perto de vencer, poderia ter goleado.
* Se é cedo para falar que é em virtude do trabalho de Davide Ancelotti, fica claro que o elenco tem qualidade e pode mais do que mostrava com Renato Paiva. É necessário ter tempo e ajustes, mas há uma base montada, um DNA e jogadores vencedores. Tendo um técnico de verdade, muito melhor.
* Grande jogo de Kaio Pantaleão e Álvaro Montoro, os melhores em campo. Boa partida de tantos outros, como Alexander Barboza e Marlon Freitas. Ótimo ver o treinador ter alternativa e tirar coelho da cartola, como Nathan Fernandes como centroavante para aproveitar a velocidade e os espaços.
* Que seja só o começo e que, enfim, possamos sonhar, com evidências concretas, em ver o Botafogo novamente como protagonista, como em 2024.