* A provável última partida de Enderson Moreira no Botafogo não foi como ele gostaria. Seu time perdeu o clássico para o Fluminense, foi dominado, ele demorou a reagir, não encaixou bem as substituições e acabou expulso, se descontrolando. Ao que tudo indica, vai terminar a passagem pelo Glorioso com cartão vermelho, assim como iniciou, diante do Confiança.
* Da nossa parte, fica um “muito obrigado” a Enderson Moreira. Assumiu o Botafogo quando ninguém queria e resgatou o clube em de seus piores momentos na história, na 14ª posição da Série B. Era praticamente impossível falar em acesso e título. Ele conseguiu. Foi o principal agente na transformação daquela equipe.
* O Botafogo da Série B foi compacto, inteligente, perigoso, cirúrgico e eficiente. Deu de volta orgulho e confiança ao torcedor. “Ah, mas era Série B”. Era o que o treinador tinha para disputar, e as perspectivas não eram nada animadoras. Pelo contrário.
* Havia um caminho para o Botafogo, de manter o elenco da Série B, trazer bons reforços e ir encorpando aos poucos. Nesse cenário, Enderson Moreira parecia o treinador ideal. Mas tudo mudou, a partir da transformação em SAF e da chegada do empresário americano John Textor. E aí pode implicar na saída de Enderson, que terá mercado pelo bom trabalho no Alvinegro.
* Faz sentido que Textor queira um novo Botafogo, forte, pensando grande, disputando com os clubes mais fortes economicamente do Brasil. É um cenário até difícil de visualizar, muito acima do que o Alvinegro está hoje. O empresário dá um sinal ao trazer um head scout (Alessandro Brito) que era analista no Atlético-MG, atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, que conhece bem o mercado. Dá oportunidade a André Mazzuco e uma grande missão de negociar os reforços. Projeta uma base em alto nível e reposiciona Eduardo Freeland.
* Começou a era John Textor no futebol. Que dê muito certo. Virão um novo treinador e diversos reforços. Será um novo Botafogo.
* Bem diferente do Botafogo que perdeu o clássico para o Fluminense. O time alvinegro no início da temporada é um remendo do campeão da Série B, com reforços sem tanta expressão e diversos jovens da base. De fato, está muito do rival, que vai disputar a Libertadores e contratou muito. A diferença foi vista dentro de campo. Mas com Textor isso pode mudar.
* De análise do jogo, cabe ressaltar que Enderson Moreira poderia ter reagido no segundo tempo, ajudado Hugo na marcação do inspirado Luiz Henrique, fechado mais o time. Fechar não é o falso recuo do Botafogo, que foi empurrado pelo Fluminense para trás e não conseguiu jogar. É se compactar, se organizar defensivamente, sair do esquema com dois pontas e dois centroavantes, colocar alguém para fechar o lado esquerdo (único pelo qual o rival atacava). Ficou observando, foi sofrendo danos até levar dois gols bobos de escanteio.
* É o que falamos aqui anteriormente: difícil repetir esse modelo de Enderson, de sofrer “controlando” o adversário sem a bola contra um time de mais qualidade. Mais ainda se não tiver boas opções ofensivas, capazes de segurar a bola na frente e gerar ameaça ao rival.
* Mas esse jogo fica no passado. Assim como a pré-temporada com Enderson. O Botafogo precisará fazer uma nova preparação, com outro treinador e jogadores. Que dê tudo certo e dê tempo para a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro, porque o Campeonato Carioca certamente ficará prejudicado. O que não é tanto problema, pelo projeto de futuro que se visualiza para o clube.