* Enderson Moreira passou um pouco do ponto na cobrança pública por reforços e em dizer que o “momento de transição é terrível para nós”. No fundo, ele tem certa razão, o problema foi a exposição após o empate com o Boavista na estreia no Campeonato Carioca. O técnico do Botafogo, de fato, já tem dificuldades para armar a equipe e merece ser mais valorizado pelo trabalho sem tantas peças.
* Mesmo na Série B, o elenco do Botafogo não era numeroso e nem tão superior aos demais. Para 2022, o time perdeu destaques como Rafael Navarro, Marco Antônio e Luis Oyama, além de peças úteis como Pedro Castro e Warley. Por lesão, não pode contar com Chay e Rafael. Ainda não tem Barreto. Até mesmo dois reforços já se machucaram: Klaus e Vinícius Lopes. Ou seja, uma série de desfalques que tem ser levada em consideração.
* Enderson faz o que pode no Botafogo. Para o jogo com o Bangu, o time atuou no estilo de 2021: bem postado defensivamente e com saída forte em transição. Até o roteiro foi parecido com o de partidas da Série B: gol no primeiro tempo, recuo, posse de bola do adversário sem tanto perigo e gol no segundo tempo para matar o jogo.
* Aí é preciso dar crédito para Enderson Moreira. Primeiro pelo que fez em 2021, com a arrancada na Série B da 14ª posição para o título. Segundo pelo retrospecto no Botafogo: 28 jogos, 18 vitórias, sete empates e três derrotas. Terceiro pelo elenco que tem em mãos.
* Um dos méritos de Enderson foi o comprometimento do elenco na temporada passada, com titulares e reservas úteis. Não deve ser fácil ter que esticar um processo de formação do elenco, com chegadas a qualquer momento, jogadores em níveis físicos diferentes e indefinições. Calma e paciência serão aliadas do Botafogo neste momento.
* O técnico resolveu mudar o time contra o Bangu e deu sinais que vai aproveitar o Campeonato Carioca também para fazer testes. Faz sentido. Mesmo que contestado, tenta recuperar Felipe Ferreira, acertando em o tirar da ponta e o colocar no meio. Dá mais rodagem e minutagem a jovens como Matheus Nascimento, Gabriel Conceição, Juninho, Vitinho, Rikelmi, Romildo, Kayque e Raí. Coloca aos poucos os reforços, como Fabinho, Breno (excelente estreia) e Erison. Vai recuperando a confiança de Gatito. Não tem nem muito como fazer diferente.
* O planejamento vai nessa linha: melhorar o entrosamento e a qualidade do time, amadurecer jovens e inserir os reforços que forem chegando. Fácil não vai ser, mas Enderson Moreira merece um pouco mais de crédito para desenvolver seu trabalho.
