* Ficou feio para John e, principalmente, para seu estafe. Não dá para querer simplesmente apagar o que aconteceu e dizer que o goleiro não foi para o West Ham porque escolheu permanecer no Botafogo.
* Afinal, no último sábado saíram notícias de que John manifestou desejo de ir para a Europa, o que não foi negado e destravou negociações, domingo teve palmas reagindo a vaias da torcida após falha, o goleiro passou a seguir o West Ham, não jogou Red Bull Bragantino x Botafogo e teve discurso em tom de despedida do técnico Davide Ancelotti. Além disso, Neto foi contratado. Ou seja, tudo certo para a saída.
* Curiosamente, a escolha de John em ficar vem no mesmo dia que o West Ham se acerta com outro goleiro, a pedido do treinador. Na era das narrativas, o que parece é que seu estafe optou pela da permanência, soltando a informação para jornalistas. Colou? Não tanto.
* Veio então a postagem do próprio John no Instagram, bem escrita, com parágrafos, emoji etc. O goleiro optou por ficar porque o Botafogo é sua casa. E se amanhã vier proposta financeiramente vantajosa de outro clube do exterior? Pensa-se em nova narrativa.
* A questão é: não era preciso haver narrativa. O Botafogo não é de dificultar saídas, havia uma boa oferta e vontade de todas as partes. Não deu certo? Paciência. É ser profissional, explicar o que houve e seguir a vida.
* E o Botafogo? Cabe ao clube, e possivelmente também à torcida, “esquecer” esse episódio e olhar para a frente. Não dá para desvalorizar um ativo de 10 milhões de euros e um campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, um goleiro de nível de Seleção.
* John vai ter que recuperar seu espaço. No clube, não é tão complicado. O mundo da bola entende essas questões de negociações, de idas e vindas, porque cada um pensa que poderia acontecer com si próprio. Não haverá espaço para mágoa ou represália interna. Isso pode ficar com o torcedor, mas convém nem ficar. É melhor ser feliz do que ter razão. Se John permaneceu, é parte da família Botafogo. E, como tal, merece ser apoiado.
* Esse sentimento de família e brigar pelos seus é mais importante ainda no momento que o Botafogo vive. Será que há alguém, sem ser os botafoguenses, preocupados com os botafoguenses? É claro que não. Basta ver que no rolo jurídico atual, o que a imprensa mais emplaca é a narrativa que vem da Eagle, não a do clube.
* O Botafogo mostrou força mais uma vez ao deixar todo o extracampo de lado e se classificar na Copa do Brasil sobre o Red Bull Bragantino. Duas vitórias justas e sem sustos, de um time em evolução e que ainda precisa crescer mais.
* Com Davide Ancelotti, com John, com Neto, com reforços e, principalmente, com a torcida, é que o Botafogo tem que ir firme para seguir atrás dos títulos em 2025.