* A derrota do Botafogo por 2 a 1 para o Bahia, no Campeonato Brasileiro-2024, passa por alguns aspectos. O primeiro deles é a arbitragem. Afinal, não há como negar o impacto que tem um gol mal anulado pelo VAR no início do segundo tempo. E com um absurdo.
* O Botafogo faria um golaço, com lançamento espetacular de Marlon Freitas, bom movimento de Damián Suárez, toque de letra de Savarino e conclusão de Júnior Santos. Logo no início da etapa final, com bastante tempo para virar, com apoio da torcida.
* Mas o auxiliar marcou um impedimento duvidoso e o VAR, sabe-se lá por quê, resolveu marcar a linha no braço de Damián Suárez. Não há como justificar essa marcação. A análise do VAR, divulgada pela CBF, mostra Igor Junio Benevenuto claramente falando para colocar a linha no braço. Como é que pode? Será que ele não sabe a regra do futebol?
* O segundo erro grande foi de Artur Jorge. Que é possível entender porque é recém-chegado, ainda não conhece tão bem o elenco e o futebol brasileiro. Antes de falar de Alexander Barboza de centroavante, é preciso falar das alterações anteriores. Principalmente Diego Hernánez no lugar de Jeffinho.
* Jeffinho estava em seu melhor momento no jogo, tinha acabado de fazer um gol e é um jogador que pode levar perigo a qualquer instante, mesmo não estando em seu auge. Claro que há questões físicas às quais não temos acesso, como saber se fisiologicamente já era momento de sair, mas a mexida colocou Diego Hernández do centro para direita e deslocou Savarino para a esquerda. O time parecia próximo do segundo gol, ficou distante.
* E aí impacta na última alteração. Artur Jorge quis ir para cima e ganhar. Só que o Botafogo já era ligeiramente superior e tinha chances de vencer do seu modo, com combinações, jogo por baixo, tabelas. Tinha três armadores (Óscar Romero, Diego Hernández e Savarino) e um atacante (Júnior Santos). Ao colocar Barboza como centroavante, o treinador bagunçou demais a equipe.
* Gregore saiu de volante para ser uma espécie de terceiro zagueiro pela direita, Diego Hernández virou quase lateral-direito. Ficou espaço no meio e na direita, que o Bahia aproveitou. E havia poucos jogadores com características de lançar bolas na área, além de faltar gente para brigar pela segunda bola.
* Uma pena, porque até mesmo o empate não era um resultado tão ruim. Devolvia o Botafogo à liderança, mantinha a confiança, não quebrava o embalo da série invicta. É interessante Artur Jorge buscar a vitória sempre, mas não pode ser de qualquer forma, senão o time fica mais perto de perder que de vencer. Fica uma boa lição.
* Por fim, o erro de planejamento. Se colocou Barboza de centroavante, era porque não tinha outro. Houve azar das lesões de Tiquinho Soares e Matheus Nascimento quase que simultâneas, OK. Mas já não dava para contar tanto com Matheus Nascimento, não era um reserva confiável. E é muito ruim para o Botafogo não poder contar com a base, não ter um jovem razoavelmente preparado para ajudar por 15 minutos que seja. O clube optou por ir até julho (quando Igor Jesus poderá atuar) assim, então poderá pagar o preço algumas vezes.