* O Botafogo está em uma de suas eras mais bonitas e emocionantes. Estamos vivendo, aproveitando, mas cabe desfrutar mais. Afinal, só teremos noção exata da dimensão dos feitos no futuro, com nostalgia.
* As noites no Estádio Nilton Santos têm sido mágicas. A última quarta-feira, com vitória por 3 a 2 sobre o Ceará, foi mais uma delas. Despedida de Igor Jesus, presença de Luiz Henrique, gol de Marlon Freitas (que atuação, aliás!). Até Rafael estava na beira do campo, trabalhando pela Cazé TV, e participou da comemoração de Alex Telles.
* Está aí um componente de como esse Botafogo é diferente e especial. Mesmo quem sai continua de alguma forma ligado ao clube. Pode ser Luís Castro, Artur Jorge, Luiz Henrique, Rafael, pode ser Marçal que saiu e voltou, podem ser até jogadores que já tiveram volta especulada, como Gatito Fernández, Thiago Almada e Júnior Santos. Todos participaram de alguma forma da construção dessa família Botafogo.
* É o que vai acontecer com Igor Jesus. Antes mesmo de sair, ele já fala em retornar no futuro. O centroavante viveu momentos incríveis no Botafogo e sai muito maior do que quando chegou.
* Igor Jesus teve a missão de substituir Tiquinho Soares e conseguiu. Fez gols em clássicos e jogos decisivos. Chegou à Seleção Brasileira. Agigantou-se em partidas que o time esteve acuado ou com a um menos. Conquistou com carisma e Kamehameha. Foi contratado a custo zero e saiu com o preço de 20 milhões de euros (mais bônus futuros). Pacote completo.
* A camisa 99 teve uma simbologia perfeita. Afinal, ele é como se fossem “dois 9” em campo. No Brasil, ou os centroavantes são mais fixos, bons no pivô e forte na proteção ou têm mobilidade, atacam espaços e arrastam. Igor Jesus se encaixa nas duas definições, por isso merece os dois 9. Por isso será tão difícil de ser substituído. Sem contar que faz gols e cresce em jogos grandes.
* Até onde vai chegar esse Botafogo? Impossível saber. O atual campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro está avançando nas copas e no Brasileirão. Como em 2024. No ano passado, na 11ª rodada, tinha 20 pontos, contra 24 pontos do líder Flamengo. Hoje o rival tem a mesma pontuação, e o Glorioso com Renato Paiva tem 18. Cenário parecido.
* O que vai ditar o restante da temporada vai ser a eficiência na janela de transferências. No ano passado, chegaram peças-chave, como Vitinho, Adryelson, Alex Telles, Thiago Almada e Igor Jesus. E em 2025? Pelos nomes especulados, a tendência é de investimento e de bons reforços.
* O Tempo de Botafogo exato será determinado apenas no futuro, quando for possível notar que o ciclo começou (parece ter sido em 2021 na conquista da Série B que gerou volta à elite e transformação em SAF com John Textor) e terminou. Enquanto isso, dá para cornetar ou criticar, mas não há como reconhecer há algo especial acontecendo. Vale continuar desfrutando e vivendo esse Botafogo.