* Até quando o futebol brasileiro vai seguir jogando os três primeiros meses do ano no lixo? É triste e desagradável ver o início dos Estaduais, com estádios vazios, times reservas e pouco interesse. É até paradoxal a temporada terminar em alta, como no fim de 2024, o torcedor ter saudade do futebol nas férias e ser “recompensado” em seguida com jogos de qualidade tão baixa.
* Aqui vemos mais o Campeonato Carioca, com partidas de baixo nível técnico. Mas os outros estaduais mostram que o cenário é parecido no Brasil todo. E ainda tem um elemento para piorar. A pressão segue forte em clubes, dirigentes, treinadores e jogadores. Basta ver Fernando Diniz já demitido no Cruzeiro, críticas a Pedro Caixinha no Santos, o desabafo de Thiago Silva no Fluminense etc.
* “Ah, mas o Estadual é uma oportunidade para mostrar o trabalho”. O que parecia ser uma solução acaba virando mais um problema. Vai ter um monte de jogador saindo queimado por atuações nos campeonatos regionais. E treinadores também.
* Um exemplo está no próprio Botafogo. Em cinco jogos, o técnico Carlos Leiria já está sendo bastante criticado pela torcida e questionado. Outros jogadores não rendem o que se esperava, como Matheus Nascimento e Yarlen. Patrick de Paula é vaiado. Por ora, se salvaram o volante Newton e o atacante Rafael Lobato. Muito pouco.
* E esse cenário não é só no Botafogo. Time alternativos de Flamengo, Fluminense e Vasco sofreram no início do Campeonato Carioca. Porque todos sequer jogam com a equipe sub-23 ou a sub-20. É um catado, entre jogadores de base e outros pouco aproveitados no profissional, sem tempo nem para treinar.
* Assim, vale ter paciência com o Botafogo. Os heróis dos títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro de 2024 tiveram um mês de férias e, com 14 dias de trabalho, já terão provas de fogo pela frente: o clássico com o Fluminense e a Supercopa do Brasil contra o Flamengo.
* O time principal vai entrar no Carioca já pressionado pelos resultados ruins da equipe alternativa (que só tiram a paciência do torcedor), sem treinador, sem comissão técnica principal, sem preparador físico, sem psicólogo e praticamente sem reforços. Saíram as estrelas Luiz Henrique e Thiago Almada, os xodós de parte da torcida Tiquinho Soares e Júnior Santos e diversos atletas que já foram importantes em campo e eram considerados no grupo, como Tchê Tchê, Marçal, Eduardo, Rafael, Gatito Fernández etc. Chegou apenas Artur, que promete ser um ótimo reforço.
* Vale lembrar ainda que esse time está em pré-temporada, sem jogar e sem ritmo. Ainda assim, por tudo que fez em 2024, pelo poder de superação, pelo crescimento nos grandes jogos, merece respeito e apoio. Tem condições de começar bem o “seu 2025”, ainda que o ano do clube, pelo planejamento, parece que só vai iniciar de verdade no fim de março.