* O Botafogo ganhou um reforço interessante nos últimos jogos. Trata-se de Igor Jesus. O centroavante chegou praticamente pronto, é bom no pivô, segura a bola, ganha duelos aéreos, se movimenta e aparece para finalizar. Só está faltando o gol, mas certamente a hora vai chegar.
* Igor Jesus ainda vai melhorar com mais ritmo e entrosamento. Afinal, veio de um mês de férias e de um futebol completamente diferente. Vai ajudar bastante.
* Ele foi um dos melhores do Botafogo no empate em 1 a 1 com o Bahia (abaixo apenas de Luiz Henrique, que está jogando demais). O que mostra outro aspecto importante: a equipe está novamente em transformação. Já até perdemos as contas de quantas vezes no ano.
* Começou com o estranho 3-4-3 de Tiago Nunes, mudou para um time intenso, brigador e competitivo com Fabio Matias, passou por um esquema altamente ofensivo com quatro atacantes com Artur Jorge e tem mudanças outra vez.
* O Botafogo precisa se reinventar após as lesões de Júnior Santos (principalmente), Eduardo e Jeffinho. Igor Jesus é uma boa adição, mas tem característica parecida com Tiquinho Soares. Allan está entrando aos poucos, ganhando ritmo e parece que se tornará titular em breve. Matheus Martins vai dar opção diferente pela esquerda, com habilidade, força e drible. Thiago Almada vai acrescentar técnica, armação e finalização.
* E ainda teve Carlos Alberto como surpresa diante do Bahia, na Copa do Brasil. A ideia de Artur Jorge foi boa, talvez o erro tenha sido escalá-lo na ponta-esquerda, contra Santiago Árias, lateral constante e que apoia muito. Carlos Alberto apareceu no que tem de melhor, que é atacar a área para finalizar, e teve dificuldades na recomposição, até pelo tempo sem jogar. Talvez fosse melhor que jogasse de segundo atacante, por dentro, como vinha fazendo Júnior Santos. Até porque Savarino, que atuou na posição, não foi bem.
* O Botafogo repetiu roteiro que já alertamos aqui. Joga bem e pressiona até fazer um gol, então passa um tempo de “banho-maria”, sem força suficiente para atacar e ampliar e sem encorpar o sistema defensivo para se proteger. No “joga e deixa jogar”, fica exposto e vulnerável, foi o que o Bahia aproveitou para empatar a partida e o confronto. Era hora de ser inteligente, jogar com regulamento, esfriar o confronto, gastar tempo. O 1 a 0 era bom resultado, na etapa final, com espaços, o placar poderia ser ampliado.
* Mas administrar não parece ser característica de técnicos como Artur Jorge, que prezam imposição do estilo de jogo o tempo todo. Estava claro que, com apenas dois homens no meio-de-campo, o Botafogo corria o risco de sofrer o empate, o que aconteceu.
* Na segunda parte, ao mesmo tempo em que o Botafogo se postou melhor e corrigiu o lado esquerdo com Kauê (que ajudou mais na marcação), o Bahia passou a administrar o confronto e não atacar tanto. Precisaria o Glorioso ser mais efetivo nas oportunidades para sair com a vitória. Não deu.
* O que foi bastante estranho foi Kauê virar o homem das bolas paradas. Como assim? Nada contra o promissor volante. Mas não há explicação para um dos pontos fortes da equipe ter como principal batedor um jogador reserva e que geralmente nem é a primeira opção. Não tinham jogadas trabalhadas com os titulares? Não seria melhor Savarino, Damián Suárez ou Cuiabano? Foi difícil entender, até porque a bola parada já resolveu diversos jogos a favor do Botafogo.