Pitacos: medo de perder tira a vontade de ganhar; Botafogo de Renato Paiva dá ‘nó tático em si próprio’ e não joga bola fora do Estádio Nilton Santos

Renato Paiva em Palmeiras x Botafogo | Copa do Mundo de Clubes 2025
Reprodução/CazéTV

* Palmeiras 1 x 0 Botafogo, pelas oitavas de final do Super Mundial de Clubes, mais frustrou do que irritou os botafoguenses. O sabor que ficou é amargo, de não ter nem sequer tentado vencer. De ter esperado o tempo passar torcendo para o adversário não fazer um gol e de sonhar com classificação nos pênaltis. Precisava ser assim?

* Não é questão de “futebol Walt Disney”, ninguém imaginava o Botafogo amassar e golear o Palmeiras, que é uma grande equipe e tem um excelente treinador (Abel Ferreira). Mas esperávamos no mínimo postura de querer vencer e de ameaçar o rival. A responsabilidade é do técnico.

* Sobretudo porque Renato Paiva, desde sua chegada, dá sinais de falta de coragem em jogos fora de casa (ou campo neutro). Fora do Estádio Nilton Santos. Não à toa, perdeu a maioria dessas partidas. Suou até nas que ganhou, como contra Carabobo, Santos e  Seattle Sounders (contra o PSG sofreu, mas é um caso à parte, vitória enorme). Em quase todas, escalou três volantes, um time preso e sem força ofensiva. Faz aquele jogo em banho-maria no meio de campo, desacelera, até o adversário aumentar o ritmo, fazer seu gol e ganhar o jogo.

* Renato Paiva deu um nó tático em si próprio diante do Palmeiras. A postura mais defensiva era compreensível contra PSG e Atlético de Madrid, mas contra um adversário brasileiro não. É o famoso “o medo de perder tira a vontade de ganhar”. Pior que o técnico deu indícios de que armaria um time mais ofensivo na entrevista coletiva, mas no jogo fez outra coisa.

* Inevitável voltar ao antecessor de Paiva, Artur Jorge, que dizia que “não há história sem coragem”. Que escalava quatro homens de frente até na altitude, para dar um sinal ao time do que queria. Que colocava o time para cima, ganhava clássicos e jogos grandes.

* Se o Botafogo quer ser reativo, o mínimo é ter jogadores de velocidade e força pelos lados para levar algum perigo ao adversário. Voltamos a afirmar aqui a necessidade de contratar pontas. O Botafogo simplesmente não causou danos nem preocupação ao Palmeiras, seja em contra-ataques, na bola parada ou nas substituições. E aí, quando leva gol, se desestrutura e empilha atacantes, não parece haver um plano B treinado. Não tem como estar satisfeito.

* A oportunidade de jogar a Copa do Mundo de Clubes era essa. Em parte, foi aproveitada. Mas foi desperdiçada a chance de avançar mais. Agora, só daqui a quatro anos, talvez. A torcida vai se remoer por o time não ter arriscado, não ter jogado, não ter feito nada. O mundo do futebol estava de olho no Botafogo nas oitavas. Em vão.

* Há o restante de 2025 ainda, com uma equipe em mutação, perdendo jogadores e ganhando outros. O Botafogo está vivo nas outras principais competições. A questão é saber se Renato Paiva terá coragem de mantê-lo assim.

Fonte: Redação FogãoNET

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