* Não dá para negar: o momento do Botafogo não é bom. Quando se esperava um caminho calmo no Campeonato Brasileiro, após vencer o Vasco e abrir seis pontos de distância para o Palmeiras, vieram três empates frustrantes, dificuldade em fazer gol, nervosismo e irritação. O clube paulista ultrapassou o Glorioso no critério de número de vitórias.
* É aí que vale recordar o histórico do próprio Botafogo em 2024. Quantas vezes foi dado como morto e renasceu? Quando vezes reverteu cenários adversos desde o início da temporada?
* Para começar, mal parecia ser um time, sob comando de Tiago Nunes no início do ano. Era de se pensar até em um 2024 perdido rapidamente, até pela demora em contratar um novo treinador, que foi Artur Jorge.
* Eis que, com Fabio Matias, o Botafogo se recuperou, emplacou série de vitórias e se classificou para a fase de grupos da Libertadores sobre o Red Bull Bragantino. Foi fácil? Claro que não. O resultado de 2 a 1 no Estádio Nilton Santos pareceu pouco. Na volta, Damián Suárez foi expulso aos dez minutos do segundo tempo, deixando a impressão que colocaria tudo a perder. Mas o time segurou o empate e a vaga.
* Na fase de grupos, o Botafogo começou com derrotas para LDU e Junior Barranquilla. Parecia eliminado. Já com Artur Jorge, venceu três seguidas, se classificou com antecedência para as oitavas de final. E quando veio o sorteio? O Palmeiras era o adversário, muitos reclamaram porque o Botafogo “arriscou” poupar no último jogo da fase de grupos, perdeu a chance de ser líder e ter um confronto menos duro.
* Vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras no Nilton Santos, e boa parte da mídia (e até de jogadores adversários) já projetando classificação alviverde, dizendo que “90 minutos eram longos no Allianz”, que o Botafogo não ia suportar a pressão etc. Resultado: Fogão classificado com empate em 2 a 2.
* E a sequência de agosto, lembram? Palmeiras pela Libertadores, Flamengo pelo Brasileiro e Palmeiras pela volta das oitavas da Libertadores. O Botafogo tinha acabado de perder Júnior Santos por lesão, tinha Thiago Almada e Igor Jesus chegando, um time ainda se reencontrando. E o que fez? Se classificou sobre o Palmeiras e goleou o Flamengo. 4 x 1 foi pouco.
* E as quartas de final? Após empate em 0 a 0 no Nilton Santos, o papo era de “mística do Morumbis” e tudo mais. O Botafogo vencia por 1 a 0, levou o gol de empate no fim e foi para os pênaltis em uma desvantagem emocional. Resultado: avançou de novo. Assim como venceu o Peñarol e as narrativas na semifinal.
* Vale citar ainda que são 12 jogos de invencibilidade no Campeonato Brasileiro, que a defesa completa (John, Vitinho, Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles) ainda não sofreu gol jogando junta, que Gregore e Marlon Freitas juntos não perdem desde abril e que o time titular é muito bom. Nos empates com Atlético-MG e Vitória, houve muitos desfalques (por seleções, suspensões ou escolhas).
* “Ah, mas tem pontos negativos, perdeu pontos bobos, tropeçou contra A, B, C e D”. É verdade. Inclusive, todos os times tropeçam no Brasileirão, Palmeiras e Botafogo são os que têm maior pontuação nessa corrida até o momento (70). Preferimos olhar o copo meio cheio.
* Cada um tem o direito de sentir como quiser e de expressar. Nós vamos pelo caminho que chegou a semana mais importante da história do Botafogo. E só chegou porque esse time tem pontuação de líder do Brasileiro e é finalista da Libertadores. Nós acreditamos e lutamos com diversos times ruins do Alvinegro ao longo dos anos, não vamos estar juntos com eles? Pelo contrário. É tempo de Botafogo!