* Será que não estamos rigorosos demais com o Botafogo em 2025? A impressão que se passa é que ficou uma expectativa elevada de um “Botafogo hipotético” que não se confirmou com a realidade OK da campanha no Campeonato Brasileiro (noves fora as eliminações nas outras competições).
* E o que é uma campanha OK no Brasileirão? Hoje, é estar em quarto lugar, com 43 pontos, na 26ª rodada. O time campeão de 2024 tinha 53 a esta altura. Apenas dez pontos a mais.
* “Ah, mas era para estar brigando pelo título”. Poderia. Mas, cá entre nós, pela bagunça que foi o clube este ano, era o provável? Claro que não. E ainda podemos lamentar diversos pontos perdidos seja em jogos bobos ou por erros de arbitragem.
* Ou seja, com tudo isso, o Botafogo ainda é o quarto colocado e está vivíssimo na briga por uma vaga na Libertadores pelo terceiro ano seguido. Em uma temporada que poucos clubes estão bem, que quase ninguém joga um bom futebol e que estádios não estão enchendo.
* O Botafogo está na média do futebol brasileiro. Note que a campanha OK hoje é estar na quarta posição, brigando por Libertadores. Há pouco tempo, antes da SAF, seria uma campanha ótima, para ser valorizada e dar esperança. O clube mudou de patamar.
* Nosso rigor, o qual fazemos mea-culpa de que estamos inseridos, talvez nos faça pesar a mão demais nas críticas e elogiar de menos. Valorizar menos. A sociedade, como um todo, foca mais em erros do que em acertos.
* O X da questão passa pela diretoria e por John Textor terem errado a mão e deixado de aproveitar a euforia da torcida. O mesmo Botafogo que construiu essa relação e esse ambiente em 2024 destruiu em 2025. Perdeu-se a conexão entre clube e torcida. Ou melhor, perdeu-se é forte, mas diminuiu-se.
* É o que reflete nas arquibancadas, com públicos abaixo de 10 mil. Torcedor quer ver seu time e ter esperança. Se mobiliza por um objetivo, muitas vezes até briga contra o rebaixamento “engaja”. Hoje, o clube não engaja. Possivelmente, muitos botafoguenses chegaram à sensação de barriga cheia em 2024, de conquistamos o que queríamos. Que tal, então, curtir um pouco mais o Botafogo? Aproveitar, desfrutar, se divertir. Não pensar no jogo como pressão. Comemorar em vez de ficar aliviado com vitórias.
* O Botafogo venceu um confronto direto com o Bahia e está no G-4. Com uma atuação boa, não totalmente segura, mas superior à do adversário. Vitória justíssima.
* Esse time atual do Botafogo não será fortíssimo, não é o ideal, vai trocar pontos, vai ganhar, vai perder, vai oscilar, palavra tão comum no futebol brasileiro. Talvez o melhor a se fazer, até internamente, seja pensar que é uma transição, tal qual 2022, ainda que haja dúvidas sobre a disputa de poder no clube e o nível de investimento nos próximos anos. Ainda assim, há o que se valorizar.
* Como uma linha defensiva boa, líderes como Alexander Barboza, Alex Telles, Marçal e Marlon Freitas, evolução de jogadores como Santi Rodríguez e Newton etc. Esses dois últimos provam a importância de tempo de adaptação. Quem sabe outros não melhoram também? Davide Ancelotti incluído. É tentar fechar time e torcida nessa reta final, carimbar a vaga na Libertadores e se reforçar para ter um 2026 melhor ou, pelo menos, mais leve.