* Os prognósticos para o Campeonato Brasileiro que desvalorizaram o Botafogo, raramente o colocando na briga pelo título e chegando a indicar meio de tabela, mudaram logo após a primeira rodada. Afinal, a boa atuação no empate em 0 a 0 com o Palmeiras mostrou que o time pode vir forte de novo. Merecia a vitória.
* O que não foi levado em consideração para analisar o Botafogo é a consistência, sobretudo defensiva, lembrando ainda que a defesa se manteve. O Glorioso foi o menos vazado no Brasileirão 2024, o que foi fundamental para o título, levou apenas 29 gols, sendo que no segundo turno foram apenas 13.
* Além disso, não perde um jogo de Campeonato Brasileiro há 17 partidas, desde que foi derrotado (com time misto) por 3 a 2 para o Juventude, em Caxias do Sul, em 11 de agosto de 2024. Não perdeu jogos grandes no ano passado, sustenta invencibilidade de 17 duelos contra times paulistas, venceu cinco e empatou um clássico carioca.
* Isso tudo faz parte do histórico do Botafogo, que disputou o título brasileiro nos dois últimos anos. Faz muito mais sentido analisar por estes números do que pelos do Campeonato Carioca, com o time comandado (sic) por Carlos Leiria).
* Mesmo com o decantado quarteto ofensivo de 2024 (o que era justo, porque Savarino, Thiago Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus jogaram muita bola), o sistema defensivo deveria ser mais valorizado. John é um goleiraço, Vitinho e Alex Telles deram mais equilíbrio, Alexander Barboza é um monstro e Bastos foi bem demais (assim como Adryelson na reta final). Agora, há Jair, que promete ser um grande defensor e já mostra bastante qualidade aos 19 anos, com margem para correções e evolução, que virão com o tempo.
* Some a isso Gregore, o melhor primeiro volante do Brasil. Ele tem força, capacidade de marcação, imposição, velocidade, poder de recuperação e ainda têm fôlego para aparecer na frente. Um jogadoraço. E, é claro, há contribuição na recomposição do restante do time, pois é impossível defender apenas com cinco.
* Essa boa base defensiva é um ponto de partida para o Botafogo de 2025 com Renato Paiva. Está claro que faltam mais opções ofensivas (sobretudo jogador de força e velocidade) e que substituir Thiago Almada e Luiz Henrique é tarefa dificílima. Mas, à medida que houver evolução do time e os atletas estiverem mais adaptados, a tendência é de o setor também melhorar.
* Renato Paiva deixou uma ótima impressão inicial. É recomendável assistir à entrevista coletiva concedida após o empate com o Palmeiras, pela clareza de ideias, pela ambição, pelo discernimento e pelos caminhos indicados. É cedo para dizer que “o campeão voltou”, mas o Botafogo novamente tem um horizonte promissor.