* Quando John Textor demitiu Enderson Moreira para procurar outro treinador, foi criticado na imprensa. “Deveria manter Enderson até encontrar outro”, disseram. Pois o investidor da SAF do Botafogo fez exatamente o que prega o profissionalismo e a mídia: não conversar com outro técnico enquanto há um empregado. Cortou o vínculo primeiro, o que faz todo sentido.
* Quando John Textor falou em criar estilo próprio de futebol no Botafogo, a mídia reagiu dizendo que isso é impossível no Brasil. Mas não é o que ela pede o tempo todo? Que os times tenham sua filosofia de jogo? Porque o empresário americano não pode querer implementar isso?
* Até quando anunciou que romperá de contrato de patrocinadores e fornecedores atuais, que foram negociados em outro momento e estão abaixo do que o clube vale, pagando multas rescisórias, Textor foi criticado. Não pode pensar diferente e querer mais?
* Agora, John Textor é alvo por “falar demais”. Sendo que o investidor ainda nem assinou de vez o contrato definitivo da SAF do Botafogo e ainda não pode tomar todas as atitudes que deseja. Não convém esperar um pouco mais para criticar? Textor está trabalhando, rodando o mundo, fazendo contatos, se aproximando da torcida, entendendo o clube, fazendo muito em pouco tempo.
* Outro comentário é que John Textor, ao ir no Estádio Nilton Santos ver Botafogo x Flamengo, enfim viu que precisará reforçar bastante o elenco. Ora, acreditam mesmo que ele não sabe disso? Desde suas primeiras entrevistas, deixou claro que a tarefa do departamento de futebol no início do ano seria analisar quem tem nível de Série A. Certamente ele buscará um treinador de alto nível e reforços de peso. O Botafogo será outro para disputar o Campeonato Brasileiro.
* A preocupação, é claro, tem que ser com o curto tempo de preparação até o Brasileirão: cerca de um mês e meio. Pode ser suficiente para uma espécie de pré-temporada, mas nesse período ainda chegarão o treinador e reforços, que precisarão se ambientar, se preparar e se entrosar.
* No clássico contra o Flamengo, era difícil prever resultado melhor para o Botafogo. Até se livrou de uma goleada. Era um time muito frágil, composto em parte por reservas e jovens, enfraquecido em relação à Série B de 2021, contra um dos melhores elencos do Brasil. Ainda assim, é possível discutir escolhas do técnico interino Lucio Flavio, como Fabinho de extremo pela direita. Não reforçou a marcação e perdeu um escape ofensivo.
* Textor viu também o que é a arbitragem no Brasil, principalmente em jogos contra o Flamengo. Foi um escândalo o que aconteceu no Estádio Nilton Santos. Um pênalti claro não marcado a favor e uma não expulsão em Fabrício Bruno por entrada criminosa em Chay. Precisava de arbitragem e VAR contra o Botafogo? Mas você não vai ver indignação na mídia com os juízes, apenas com as falas de John Textor.
