Pitacos: problema não é resultado contra o Maricá, é base ainda ser calcanhar de Aquiles no Botafogo; coragem para jogar 

Pitacos: problema não é resultado contra o Maricá, é base ainda ser calcanhar de Aquiles no Botafogo; coragem para jogar 
Vitor Silva/Botafogo

* Em tempos de exigência alta e de ansiedade, esquece-se até que início de ano é tempo de pré-temporada, com jogadores aquém na parte física, com desentrosamento e jogos pouco interessantes em campeonatos estaduais. Não é só com o Botafogo, é assim no Brasil todo. Talvez mais ainda em um time armado às pressas.

* Perder para o Maricá em um Campeonato Carioca que não vale quase nada é o de menos. Tanto que a torcida do Botafogo gritou “É campeão” no fim da partida. Ainda estamos curtindo os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro.

* O que não dá é para fechar os olhos para um grande problema que o Botafogo tem, talvez o calcanhar de Aquiles da SAF, que é a base (ainda que nem todos que jogaram contra o Maricá sejam oriundos da bade). O clube não tem conseguido formar grandes jogadores nem para utilização profissional, nem para venda nem para títulos nas divisões inferiores (que nem são o principal foco). Precisa – e muito – investir nisso.

* Não quer dizer que todos os jogadores não tenham qualidade ou sejam ruins. Não é por aí. Mas estão distante do nível físico e competitivo de jovens de outros clubes e do que o projeto alvinegro necessita. Inclusive quem já está no sub-23.

* Quem assiste a Botafogo x Maricá no Campeonato Carioca, sejam os quase 10 mil heróis que foram ao estádio, sejam os que viram pela TV, quer no mínimo observar jovens promissores, de qualidade, de boa capacidade física, esperança para o futuro. E isso foi pouco notado.

* Mesmo o tempo praticamente todo com um a mais, o Botafogo abusou de passes laterais, de cruzamentos a esmo, de falta de criatividade. Alguém tem que avisar que essa pode ser a oportunidade da vida de quem está ali jogando. É preciso ter coragem para jogar e arriscar. Ou vão ficar pelo caminho.

* Essa coragem e personalidade, por exemplo, foi vista no jovem Yarlen. Não teve medo de partir para cima, de driblar, de arriscar jogadas. Saiu bem avaliado do jogo. Um dos poucos. O restante precisa mostrar serviço, até porque esse time só terá cinco jogos. Kauê e Matheus Nascimento, para citar duas promessas, não podem aceitar tão passivamente a marcação e ficar escondidos.

* Da mesma forma, Carlos Leiria tem oportunidade que pode ser única na vida. Ainda mais em um Botafogo que tem dono que prega futebol ofensivo, tem que fazer o time jogar mais, arriscar mais. Três volantes contra o Maricá em casa é difícil explicar, ainda mais com um a mais em campo. Com o placar adverso, foi soltando a equipe, colocando atacantes nas laterais, empilhando centroavantes. Mas é preciso mais.

* Não é hora de crucificar ninguém, é cedo. O Botafogo tem problemas e parece estar ciente deles, o que é um bom sinal. E não só com esse time sub-23. Mas é bom lembrar que o clube trata início de ano como pré-temporada, a exemplo do que fez em anos anteriores. Fica o voto de confiança pelo que foi o histórico 2024.

Fonte: Redação FogãoNET

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