* Difícil encontrar um botafoguense que se animou quando se deparou com a escalação do Botafogo para o clássico com o Fluminense. Já desconfiado com o técnico Renato Paiva, o torcedor certamente se irritou ao ver a formação inicial. Desta vez, é preciso dar méritos ao treinador português.
* Renato Paiva aplicou o que se costuma chamar de nó tático em Renato Gaúcho. Ao alterar o time, mudou a característica do jogo do Botafogo e trouxe elementos importantes de 2024 que estavam sumidos.
* Como a marcação mais avançada, a agressividade, o ataque ao espaço, o jogo direto e a verticalidade. Não foi um Botafogo de controle pela posse, mas de domínio pela imposição, física e tática.
* É possível dizer que foi um nó tático porque o Botafogo criou inúmeras chances claras enquanto o Fluminense mal atacou. Só tinha escape com Jhon Arias pela direita, de resto era encurralado pelo time alvinegro, que poderia – e deveria – ter feito mais gols.
* Renato Paiva acertou em dar mais liberdade a Savarino, podendo flutuar e gerar jogo pelo meio e pela ponta, em escalar Cuiabano, com mais força e potência pela esquerda, em colocar Matheus Martins na direita, onde foi boa opção e passou por cima de Renê, e em juntar dois centroavantes. Mastriani nem foi tão bem (ainda parece forma de forma), mas Igor Jesus pôde ter mais espaço e jogar mais.
* Outros acertos foram as saídas de Patrick de Paula, que como meia trava e não dá dinâmica ao time, e de Artur, um ponta que tem ficado no quase e agredido pouco o adversário.
* O caminho que Paiva parece ter encontrado é o do jogo mais vertical, direto, agressivo, presente no DNA do Botafogo nos últimos anos e que caiu no gosto da torcida. Ainda combina com o tapetinho, onde a bola corre mais rápida e os jogos são mais físicos e intensos.
* É certeza de vitória só pelo estilo de jogo? Claro que não. Já está tudo às mil maravilhas? Claro que não. Mas o campo novamente fala e aponta caminho para o Botafogo seguir. Resta ver se o treinador vai aceitar ou vai querer seguir a tentativa de mudança.
* Por fim, não adianta Renato Gaúcho querer culpar gramado sintético ou arbitragem. O Fluminense perdeu porque jogou mal e foi atropelado pelo Botafogo. Aliás, pela oitava vez seguida. Em vez de tentar desviar o foco, faria mais sentido se preocupar com seu time.