* Quis o destino que todo o contorno dramático desse ao confronto o placar final de 4 a 3 para o Botafogo sobre o Palmeiras nas oitavas de final da Libertadores-2024. Exatamente o mesmo placar do fatídico jogo do ano passado, para exorcizar fantasmas, para deixar o trauma para trás, para celebrar muito, para a frustração ficar para o rival.
* Praticamente todo botafoguense estava desconfiado apesar do 2 a 0 no Allianz Parque até os 40 minutos do segundo tempo. O morro estava quieto demais, como se diz na gíria. Ou o mar estava parado demais, recuando. Era um tsunami de emoções vindo na reta final do jogo.
* Quando o Palmeiras marcou com Gustavo Gómez, certamente o pensamento da maioria foi “de novo não”. Não era justo com o Botafogo superior na maior parte do confronto, em crescimento, orgulhando o torcedor. Será que voltaria diversas casas novamente? O alívio veio com a correta anulação do gol pelo árbitro após revisão no VAR, por toque na mão.
* Aqui cabe falar de arbitragem. Já imaginou se fosse a brasileira, da CBF? Hoje provavelmente estaríamos comentando / lamentando outro resultado. Porque tinha risco de, no primeiro jogo, dar pênalti de Mateo Ponte em Estêvão (não foi nada), de, no segundo jogo, cair nas simulações de jogadores do Palmeiras, de dar uns 25 minutos de acréscimo e até de, acredite se quiser, não anular o gol de Gustavo Gómez alegando “não ter imagem conclusiva”.
* Como foi bom ver dois jogos corridos, bem disputados, sem tantas faltinhas, sem simulações, sem acréscimos exagerados. O Botafogo ainda poderia reclamar da não expulsão de Richard Ríos (que já tinha cartão amarelo) por falta por trás em Igor Jesus ou da falta inexistente de Mateo Ponte dada no último lance, que terminou com cobrança de Gabriel Menino na trave. Mas um erro ou outro passa, é do jogo, não mancha a boa atuação do árbitro.
* É de se destacar o que fez o Botafogo. Eliminar o Palmeiras em qualquer circunstância é muito difícil, ainda mais na Libertadores, na casa do adversário. O time alvinegro foi prejudicado no primeiro tempo por Luiz Henrique estar no sacrifício, mandou uma bola na trave com Savarino, segurou bem o rival.
* Na etapa final, a entrada de Matheus Martins deu nova vida ao ataque do Botafogo, com participação importante nos dois gols. Mas o grande nome foi Savarino, com uma assistência, um gol e boas jogadas.
* No fim, o Botafogo acabou enfraquecido contra um Palmeiras que se eletrizou. A saída de Cuiabano por problema no ombro foi um peso, assim como Hugo, Danilo Barbosa, Tchê Tchê e Tiquinho Soares não entraram no nível que já desempenharam nem que o jogo pedia. Ainda assim, foi o suficiente.
* O Botafogo precisava de um jogo épico para chamar de seu, de uma classificação grandiosa. Conseguiu. Agora, é seguir cheio de moral para o restante da temporada, recuperar os lesionados, contratar reforços e continuar sonhando. Vamos, Fogão!