* Por mais que seja sempre o Botafogo em campo, tem sido complicado ver os jogos no início do ano. Talvez não por culpa dos jogadores ou dos treinadores, a questão é a expectativa gerada pela SAF com John Textor versus a realidade de um elenco “com o que sobrou”, após perdas de atletas para outros clubes ou por lesão. Virou um time remendado, com raros destaques, reforços de qualidade duvidosa e apostas da base. É claro, faz parte do processo, para novos tempos chegarem.
* Dito isso, é até de se louvar e valorizar o Botafogo no Campeonato Carioca. Venceu diversos jogos, se classificou, ganhou um clássico, os jogadores se dedicaram ao máximo. Dentro do limite deles. Mas o fato é que esse velho Botafogo vai chegando ao fim, e pode durar apenas mais uma partida.
* O Botafogo ter equilibrado o primeiro jogo da semifinal contra o Fluminense e até ser superior em diversos momentos é digno de elogio. Enfrentou um time melhor, mais experiente e mais caro. O Alvinegro não venceu porque faltou qualidade nas definições. Ou uma arbitragem melhor por parte de Grazianni Maciel Rocha, que não apontou pênalti de Yago em momento decisivo da partida.
* Lucio Flavio, que tem um elenco sem tantas opções para comandar, teve parcela decisiva. Enquanto Abel Braga mexeu e seu time cresceu no segundo tempo, o interino alvinegro mudou mal, abriu o meio com Breno e Fabinho, enfraqueceu a estrutura defensiva com Hugo no lugar de Jonathan Silva e não criou alternativas ofensivas. Rikelmi e Chay já estavam cansados, Luiz Fernando não acertou quase nada. O treinador não soube reagir às mudanças do Fluminense e acabou perdendo o jogo.
* Ao que parece, os jogadores do atual elenco terão que “subir de nível” para jogar no novo Botafogo. Inclusive atletas como Kanu, Chay e Barreto, que foram importantes em 2021, mas este ano não vivem grande fase. Quem vem evoluindo bem são Daniel Borges, Matheus Nascimento e Erison. Joel Carli manteve seu bom desempenho. O restante vai ter que ralar muito para conquistar espaço.
* Primeiro estreante da era John Textor, Philipe Sampaio já mostrou em um jogo estar em outro nível físico e tático. Com vigor e força impressionantes, se impôs no clássico. Assim como se espera que Patrick de Paula se imponha no meio-de-campo. O Botafogo passará a ter jogadores mais prontos e será treinado por Luís Castro, que fez um grande trabalho no Al-Duhail.
* É ter paciência e confiança no projeto, ainda que leve naturalmente um tempo para se ajustar. Outros reforços também vão chegar. E o velho Botafogo vai ficar no passado, como uma lembrança de tempos difíceis e times fragilizados.